Descrição de chapéu dia do trabalho

'Aqui tem gente que luta': trabalhadores levam suas reivindicações à festa do 1º de Maio

Sob forte sol, evento com a presença do presidente Lula e de ministros teve público abaixo do esperado

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São Paulo

Trabalhadores e sindicalistas se reuniram em ato do 1º de Maio, nesta quarta-feira, no estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste de São Paulo.

O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de ministros, incluindo o do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT).

Esta é a primeira vez que o evento ocorre fora da zona central da capital paulista. Sob um forte calor, trabalhadores falaram sobre o evento e a importância da data, comemorada na Arena Neo Química.

Márcio Pereira de Souza, 63, professor de história aposentado, participa das comemorações do Dia do Trabalho na Neo Química Arena, em São Paulo
Márcio Pereira de Souza, 63, professor de história aposentado, participa das comemorações do Dia do Trabalho na Neo Química Arena, em São Paulo - Folhapress

Para o autônomo Erik Arligton Silva, 41, o Dia do Trabalho representa uma data comemorativa após um ano inteiro de serviço. "Trabalho representa para mim a base da minha família e de tudo, porque sem ele a gente não tem estrutura. E a educação é a base do trabalho", disse.

Na sua primeira participação no evento, Erik apontou alguns problemas na organização, como falta de informação e ausência de abrigos contra o forte calor.

Apesar dos contratempos, o evento trouxe uma opção de lazer para as crianças, segundo o autônomo, que estava acompanhado dos três filhos.

Além dos cartazes e bandeiras de partidos e centrais sindicais, as pessoas presentes no evento carregavam suas próprias reivindicações. Um desses exemplos era o sindicalista e professor aposentado Márcio de Souza, 63, que levava uma placa em formato de seta com os dizeres "aqui tem gente que luta".

De acordo com ele, os trabalhadores precisam se reunir para tentar reverter a reforma trabalhista, aprovada em 2017 no governo Michel Temer (MDB). Conforme o professor, a nova lei "trouxe diversos prejuízos para todas as categorias profissionais".

"É bom fazer festa, porque a gente sobreviveu a uma pandemia, mas é importante também juntar nossas forças para lutar", afirmou.

A educadora socioeducativa Denise Cavalcanti, 35, lembra que a data é comemorativa, mas importante também. "O Dia do Trabalho é muito importante para toda a classe trabalhadora. A gente tem que ser visto e lembrado."

Com seu bebê no colo, Denise espera que sua filha possa escolher um bom futuro de trabalho. "Espero que meus filhos sejam alguém. Um doutor, um educador, um professor, um médico, o que eles quiserem."

O bancário aposentado e militante do sindicato dos bancários desde 1981 Isaías Dias, 62, conta que o 1º de Maio remete à luta enquanto trabalhador e pessoa com deficiência (PcD). Ele integra a CUT (Central Única dos Trabalhadores).

"Dia do Trabalho representa a força do trabalhador para conquistar e manter os seus direitos. É a data que a gente expressa a nossa organização e a nossa vontade de lutar", disse.

O aposentado Paulo Elias, 66, segue no mercado de trabalho e foi ao ato em Itaquera para festejar e, ao mesmo tempo, pedir mais direitos.

"Trabalho desde 1971, participei de todas a greves do ABC. As coisas precisam melhorar, precisa abrir mais oportunidades para os jovens que estão vindo aí. Estamos perdendo muitos direitos trabalhistas."

Elias usava uma camiseta provocativa a respeito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Com Cristiane Gercina

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