Projeção de déficit fiscal para 2024 pode ter aumentado com despesa extra, diz Ceron

Arcabouço fiscal autorizou aumento no limite de despesas para este ano pelo aumento da arrecadação

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Brasília | Reuters

A projeção da equipe econômica para o déficit primário de 2024 deve ultrapassar R$ 16 bilhões com a incorporação de despesa adicional após o governo federal elevar o limite de gastos para o ano, disse nesta terça-feira (28) Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional.

Em sua mais recente revisão das projeções fiscais, feita na semana passada, a equipe econômica estimou que fechará 2024 com um déficit primário de R$ 14,5 bilhões, dentro da margem de tolerância estabelecida pelo arcabouço fiscal.

O arcabouço fiscal autorizou um aumento de R$ 15,8 bilhões no limite de despesas para este ano por causa do comportamento positivo da arrecadação, mas, no anúncio da semana passada, apenas R$ 13,3 bilhões desse total haviam sido incorporados às projeções.

Um turbilhão de moedas douradas capturado em movimento, criando um efeito de borrão.
Projeção da equipe econômica para déficit primário deste ano deve ultrapassar R$ 16 bilhões com incorporação de despesa adicional após governo federal elevar limite de gastos. - Bruno Domingos/Reuters

Nesta terça, no entanto, o Ministério do Planejamento informou que distribuiu integralmente os R$ 15,8 bilhões aos ministérios da Previdência Social e do Trabalho e Emprego. Com isso, em tese, a projeção de déficit para o ano subiria R$ 2,5 bilhões, atingindo R$ 17 bilhões.

"Nós já tínhamos indicado que (esse recurso) seria oportunamente distribuído", disse Ceron em entrevista para comentar dados fiscais.

O secretário afirmou ainda que o governo está trabalhando para entender o aumento de gastos previdenciários, para buscar alternativas e possíveis novas medidas.

Nos quatro primeiros meses do ano, o governo registrou uma elevação de R$ 22,5 bilhões de reais em gastos com benefícios previdenciários na comparação ao mesmo período de 2023, aumento significativo mesmo desconsiderando cerca de R$ 8 bilhões em pagamentos feitos antecipadamente neste ano em 13º salários para aposentados.

Recentemente, a ministra do Planejamento, Simone Tebet ((MDB), demonstrou preocupação com o crescimento dessas despesas e defendeu uma desvinculação da correção de aposentadorias da política de ganhos reais do salário mínimo.

Ceron também afirmou que a segunda emissão de títulos sustentáveis pelo governo dependerá da abertura de uma janela adequada de mercado, ressaltando que o Tesouro não sinaliza a data da emissão.

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