Shell e TotalEnergies querem tirar suas ações da Europa e ir para Bolsa de Nova York

Gigantes europeias miram melhorar valoração, mas transferir listagens pode golpear bolsas europeias

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The New York Times

Duas gigantes europeias de energia —TotalEnergies, da França, e Shell, do Reino Unido—, estão considerando mover suas listagens de ações para Nova York, à medida que a pressão aumenta para que melhorem suas valorações, que ficam aquém de empresas norte-americanas do setor.

Transferir as listagens para os Estados Unidos seria um golpe para as bolsas europeias, onde estão entre as maiores empresas listadas.

No passado, teria sido quase impensável para a TotalEnergies, uma das empresas mais proeminentes da França, considerar mover sua listagem de ações primária de Paris. Mas o CEO da empresa, Patrick Pouyanné, discutiu recentemente a possibilidade de fazer essa mudança com analistas.

Posto de gasolina da Shell em Londres
Gigantes europeias de energia querem fortalecer o que dizem ser baixas avaliações de mercado - Sam Bush/The New York Times

"Houve uma discussão com o conselho", disse Pouyanné em uma chamada recente para discutir os ganhos. "Todos concordamos que precisamos analisar seriamente isso."

A Shell, maior empresa de energia da Europa, disse que poderia considerar uma mudança semelhante. Mas, segundo Wael Sawan, CEO da empresa, essa mudança não está atualmente em discussão. A empresa, que recentemente transferiu sua sede de Haia, na Holanda, para Londres, onde é a maior empresa listada em valor de mercado.

Qualquer mudança refletiria o quase irresistível atrativo dos Estados Unidos como centro de produção e inovação de energia, bem como de investimento.

Os Estados Unidos se tornaram o principal produtor de petróleo do mundo e maior exportador de gás natural liquefeito. A produção de petróleo da Europa, por outro lado, está em declínio, e muitos governos europeus são céticos em relação à indústria de petróleo e gás, que continua sendo crucial para o fornecimento global de energia, apesar das preocupações com as mudanças climáticas.

Um fator chave é a grande diferença na avaliação que os investidores estão dispostos a pagar pelas gigantes de energia sediadas nos Estados Unidos em comparação com suas contrapartes europeias.

As duas maiores empresas de energia dos EUA, Exxon Mobil e Chevron, desfrutam de índices preço/lucro, uma métrica de avaliação, que são pelo menos um terço mais altos do que os de seus rivais europeus, de acordo com um estudo recente de Giacomo Romeo, analista do banco de investimento Jefferies.

O debate sobre a listagem em Nova York está se tornando "um tópico chave" entre os investidores, disse ele em uma nota aos clientes.

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