Descrição de chapéu Financial Times

Apple cancela serviço de parcelamento de compras nos EUA

Fabricante do iPhone muda o foco do serviço "Pay Later" e recua em planos de ser provedora de serviços financeiros

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Michael Acton Joshua Franklin
San Francisco e Nova York | Financial Times

A Apple decidiu descontinuar o "Apple Pay Later", seu serviço de parcelamento de compras apelidado nos Estados Unidos de "buy now, pay later" (compre agora, pague depois), menos de um ano após o lançamento, marcando um recuo nas ambições da fabricante do iPhone de se tornar um grande provedor de serviços financeiros tradicionais.

O gigante da tecnologia disse que está mudando a função para um novo serviço de empréstimo parcelado oferecido por meio de cartões de crédito e débito de terceiros.

"Com a introdução desta nova oferta global de empréstimo parcelado, não ofereceremos mais o Apple Pay Later nos EUA", disse a Apple. Os usuários com empréstimos em aberto através do Apple Pay Later continuarão tendo acesso aos recursos, mas não estão sendo oferecidos novos empréstimos.

Logo da Apple - Mike Segar/Reuters

A Apple anunciou sua oferta de "compre agora, pague depois" (BNPL, na sigla em inglês) em 2022, o que representou uma grande incursão nos serviços bancários tradicionais, com a empresa de tecnologia fazendo empréstimos de curto prazo por conta própria, em vez de se associar a um banco.

Ela deu aos usuários a oportunidade de pagar por bens online e serviços em aplicativos em quatro parcelas ao longo de seis semanas, com empréstimos sem juros oferecidos por meio de uma subsidiária integralmente de propriedade da Apple, a Apple Financing. A mudança foi vista como um desafio para os incumbentes do BNPL, como Klarna e Affirm. O acesso antecipado começou em março de 2023.

O Goldman Sachs tem sido o principal parceiro bancário da empresa desde o lançamento do Apple Card, em 2019, e facilita o acesso da Apple à rede Mastercard. No entanto, o grupo de tecnologia está em processo de encerramento da parceria, que também sustenta sua conta-poupança e ofertas de cartão de crédito.

A Apple entrou no BNPL em um momento em que as taxas de juros nos EUA estavam baixas e os consumidores buscavam empréstimos de baixa custo para financiar suas compras. O setor, no entanto, tem enfrentado pressão à medida que as taxas de juros aumentaram. O valor de mercado da Affirm, um dos maiores provedores de BNPL, caiu de cerca de US$ 45 bilhões em 2021 para cerca de US$ 9,5 bilhões hoje.

Durante seu evento anual principal para desenvolvedores na semana passada, a Apple disse que seu recurso de empréstimo parcelado será lançado inicialmente no Reino Unido com os bancos HSBC e Monzo. Nos EUA, estará disponível para usuários do Citi e Synchrony, bem como para credores que usam o provedor de software Fiserv.

Os usuários dos EUA "também poderão solicitar empréstimos diretamente através da Affirm ao fazer o checkout com o Apple Pay", disse a empresa na época.

O analista do JPMorgan, Reginald Smith, escreveu em uma nota na semana passada que a parceria com a Affirm ajudaria a Apple a expandir sua oferta para empréstimos parcelados de longo prazo, com o serviço esperado para ser lançado com a próxima atualização do sistema operacional do iPhone em setembro.

"A Affirm não espera um impacto significativo na receita de 2025, mas é difícil imaginar que adicionar uma plataforma dessa magnitude não mova a agulha" para ela, escreveu Smith.

Empréstimos parcelados também estarão disponíveis no Apple Pay na Austrália com o ANZ e na Espanha com o CaixaBank.

"Nosso foco continua sendo fornecer aos nossos usuários acesso a opções de pagamento fáceis, seguras e privadas com o Apple Pay, e essa solução nos permitirá levar pagamentos flexíveis a mais usuários, em mais lugares ao redor do mundo, em colaboração com bancos e credores habilitados para o Apple Pay", disse a Apple.

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