Descrição de chapéu recuperação judicial

Avon entra com pedido de recuperação judicial nos EUA

Proprietária da marca, Natura diz que operações no Brasil não serão afetadas pelo processo

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São Paulo

A Avon Products Inc entrou com pedido de recuperação judicial da unidade nos Estados Unidos na segunda-feira (12).

Em fato relevante ao mercado, a Natura&CO, que adquiriu a empresa de cosméticos em 2020, anunciou a abertura do chapter 11, proteção contra falência nos EUA, para tratar de dívidas e passivos pré-existentes.

Fotografia colorida de mulher passando gloss na boca, vista pelo espelho retrovisor de um carro. A mulher é negra, tem cabelos pretos, longos e trançados e usa uma maquiagem rosa nos olhos.
Cena de campanha publicitária da Avon, em 2022; empresa entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA - Reprodução

No comunicado, a Natura&CO informou que concederá um financiamento de US$ 43 milhões (R$ 236,17 milhões) na modalidade DIP (do inglês debtor-in-possesion financing, ou "financiamento do devedor em posse") e se comprometeu a oferecer US$ 125 milhões para adquirir operações da Avon fora dos Estados Unidos.

"A Natura&CO é a maior credora da API [Avon Products Inc., que é a holding e a subsidiária não-operacional da marca Avon] e continua acreditando no potencial da marca", afirmou a companhia de cosméticos.

A controladora diz no comunicado que as operações da Avon fora dos EUA não foram incluídas no processo de chapter 11 e, por isso, nenhum impacto é esperado nesses locais. "Isso inclui as operações nos mercados da América Latina, onde a marca Avon é distribuída pela Natura", afirmou a empresa.

Com a abertura do chapter 11, a Natura divulgou que os estudos sobre uma possível separação das operações de Avon e Natura "foram suspensos até que o processo do chapter 11 seja concluído".

O pedido de chapter 11 também foi feito pela companhia aérea Gol nos Estados Unidos, em janeiro deste ano. Na ocasião, a empresa se comprometeu com um financiamento de US$ 950 milhões.

PREJUÍZO QUASE BILIONÁRIO

Na noite de segunda-feira, a Natura também divulgou seu balanço do segundo trimestre, que apontou um prejuízo líquido de R$ 859 milhões, um aumento de 17,4% no prejuízo que já havia sido registrado no mesmo período do ano passado.

O aumento no prejuízo veio apesar de crescimento de 57,2% do resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), para R$ 670,8 milhões.

Segundo a Natura, o prejuízo veio com a contabilização de R$ 725 milhões gerado pela reestruturação da Avon. "[O pedido] torna improvável continuar a reconhecer os ganhos obtidos com a otimização da estrutura corporativa da Avon, originalmente contabilizados no segundo trimestre de 2021".

A empresa afirmou no balanço que, não fosse esse efeito, teria tido lucro de R$ 162 milhões. A companhia, que há vários trimestres tenta reestruturar suas operações para ganhar rentabilidade, apresentou um fluxo de caixa livre negativo de operações continuadas em R$ 675 milhões, uma melhora de 21% sobre o desempenho de um ano antes.

A dívida líquida somou R$ 2,1 bilhões ante R$ 275 milhões no primeiro trimestre deste ano, algo que a Natura classificou como "esperado" diante do pagamento de dividendos de cerca de R$ 1 bilhão e consumo de caixa de cerca de R$ 800 milhões, "relativo à sazonalidade anual e investimentos em contas a receber para continuar acelerando o crescimento saudável das vendas".

Com informações da Reuters

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