O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta segunda-feira (12) que a SPE (Secretaria de Política Econômica) deve rever sua estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto) para além dos atuais 2,5% projetados pelo governo.
"Contra a previsão de muita gente, o Brasil este ano está crescendo e eu diria que em breve nós devemos rever o crescimento da economia brasileira para além dos 2,5% previstos pela nossa Secretaria de Política Econômica", disse durante transmissão ao vivo para o Warren Day, evento com investidores em São Paulo.
Haddad afirmou que o Brasil está no caminho certo de retomada das contas públicas, citando as mudanças das notas de crédito e perspectiva feitas pelas três principais agências de classificação de risco do mundo: a Moody's, a S&P Global e a Fitch.
Pelas notas das agências, o Brasil ainda está no nível especulativo, porém a dois degraus para alcançar o chamado grau de investimento. É nesse patamar que o país se torna seguro —ou seja, com baixos riscos de calote para quem investe em seus títulos de dívida.
Para as agências, o avanço estrutural do crescimento do PIB brasileiro é um dos motivos que levaram a uma melhora da classificação de risco do país.
Haddad disse acreditar que o Brasil alcançará ou estará próximo de atingir o grau de investimento em 2026
No mês passado, Haddad já havia afirmado que a projeção do PIB deveria ser revista para cima, mas a pasta atualizou seus parâmetros macroeconômicos em seguida mantendo o dado em 2,5%. Na ocasião, Haddad disse que pediu cautela à área técnica, apesar de dados econômicos que considerava positivos.
No relatório Focus do Banco Central, que traz as projeções do mercado para os principais indicadores econômicos, a expectativa para o PIB em 2024 é de alta de 2,20%.
O ministro voltou a exaltar as medidas do governo de aumento de arrecadação, como a reoneração dos combustíveis e a revisão de incentivos fiscais, que ele chama de "recomposição da base fiscal do Estado brasileiro". Haddad reforçou mais uma vez que a União aumentou a receita sem elevar impostos.
O ex-prefeito de São Paulo afirmou que o governo entendeu, com o novo arcabouço fiscal, não ser preciso um choque para a organização das contas públicas, e disse que as novas regras ficais têm sustentabilidade e consistência.
E afirmou que está na hora de "virar a página" dos últimos dez anos em que houve altos gastos, pouca receita e baixo crescimento econômico.
Haddad voltou a agradecer o Congresso Nacional por "dar sustentação para aprovar quase todas as medidas necessárias para voltar o equilíbrio fiscal".
Com Reuters
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