Descrição de chapéu greve Estados Unidos

Dez mil trabalhadores dos EUA entram em greve após falta de acordo com Marriott e outras redes hoteleiras

Funcionários de pelo menos 25 hotéis iniciaram paralisação neste domingo (1º), em meio ao feriado do Dia do Trabalho

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Doyinsola Oladipo Mrinmay Dey
Nova York e Bengaluru | Reuters

Cerca de 10 mil trabalhadores de hotéis dos Estados Unidos iniciaram uma greve de vários dias em diferentes cidades neste domingo (1º), após a falta de acordo do sindicato Unite Here com os operadores das redes de hotéis Marriott, Hilton e Hyatt.

O Unite Here, que representa trabalhadores em hotéis, cassinos e aeroportos nos EUA e Canadá, disse que milhares de trabalhadores de 25 hotéis paralisaram atividades em alguns dos principais destinos turísticos do país, incluindo San Francisco, San Diego, Honolulu —a capital do Havaí— , Boston, Seattle e Greenwich.

O sindicado diz também que há trabalhadores de outras cidades prontos para se juntar ao movimento.

Fotografia tirada do ângulo inferior mostra pessoas caminham na rua segurando placas vermelhas que dizem "RESPECT OUR GUESTS". Atrás deles, há um prédio de cor clara com o símbolo do hotel Marriott em vermelho.
Trabalhadores de hotéis protestam por maiores salários em frente a uma unidade da rede hoteleira Marriott, em San Francisco - Carlos Barria - 1º.mai.2024/Reuters

A greve está começando no fim de semana que antecede o feriado nacional do Dia do Trabalho —celebrado nesta segunda-feira (2)—, momento em que o setor vê aumento de 9% nas viagens domésticas em comparação ao ano passado.

"Greves também foram autorizadas e podem começar a qualquer momento" em Baltimore, Oakland e Providence, disse o sindicato em comunicado. Enquanto isso, trabalhadores e operadores de hotéis tentam chegar em um acordo sobre salários e reversão de cortes de empregos causados pela pandemia de covid-19.

Segundo o Unite Here, os trabalhadores do setor estão sendo sobrecarregados, com gerências frequentemente designando três funcionários para fazer o trabalho de quatro, o que foca na velocidade em vez da qualidade e leva a estresse indevido.

"Desde a covid-19, eles esperam que ofereçamos um serviço cinco estrelas com uma equipe três estrelas", disse o sindicato, citando um funcionário do Marriott's Palace Hotel em San Francisco.

As camareiras de hotéis em Baltimore estão lutando para aumentar os salários dos atuais US$ 16,20 por hora (cerca de R$ 90) para US$ 20 por hora (cerca de R$ 112). Em Boston, onde as camareiras ganham US$ 28 por hora (cerca de R$ 157), o sindicato está negociando um aumento de US$ 10 por hora (cerca de R$ 56) até o final dos próximos quatro anos.

Hilton e Hyatt disseram que continuam comprometidos em negociar um acordo justo com o sindicato.

Em comunicado, o chefe de relações trabalhistas da rede de hotéis de luxo Hyatt, Michael D'Angelo, disse que a empresa tem planos de contingência para minimizar o impacto nas operações do hotel relacionadas a possíveis atividades de greve.

Marriott não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.

A greve também acontece enquanto 40 mil trabalhadores vinculados ao Unite Here em 20 cidades têm contratos que expiram este ano. Negociações para novos contratos de quatro anos estão ocorrendo desde maio. Cerca de 15 mil desses trabalhadores autorizaram greves em 12 unidades.

"Não aceitaremos um 'novo normal' em que as empresas hoteleiras lucram cortando suas ofertas aos hóspedes e abandonando seus compromissos com os trabalhadores", disse a presidente da Unite Here, Gwen Mills, exigindo um acordo melhor.

O sindicato pediu aos viajantes que cancelem suas estadias em hotéis se os trabalhadores estiverem em greve e exijam reembolsos sem multas.

Em 2023, os trabalhadores do Unite Here conquistaram contratos recordes em Los Angeles após greves contínuas, e em Detroit após uma greve de 47 dias.

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