Descrição de chapéu Governo Lula

Governo prevê R$ 700 milhões de arrecadação com 'taxa das blusinhas' neste ano

Secretários da Fazenda dizem que Remessa Conforme nunca teve viés arrecadatório

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Brasília

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estima arrecadar R$ 700 milhões neste ano com a taxação de compras internacionais pelo programa Remessa Conforme, medida que ficou popularmente conhecida como "taxa das blusinhas".

O dado consta na apresentação do Ministério da Fazenda feita a jornalistas nesta segunda-feira (2), que traz o detalhamento do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária) de 2025, enviado pelo governo ao Congresso Nacional na última sexta (30).

Secretários da equipe econômica sentados na mesa durante em coletiva do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária) de 2025
Secretários da equipe econômica em coletiva do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária) de 2025 - Washington Costa/Divulgação/MF

"A gente tem a previsão para 2024 de R$ 700 milhões, inclusive apresentado pelo Congresso. [...] Lembrando que o Remessa Conforme nunca teve um viés arrecadatório, ele tem sempre um viés protetivo do emprego nacional, para que a gente tenha paridade e haja algum tipo de equilíbrio com a carga tributária que existe no país", afirmou Dario Durigan, secretário-executivo da Fazenda.

O número 2 de Haddad disse também que o governo não está se apoiando nessa medida para zerar o déficit fiscal. A estimativa de arrecadação com o programa para 2025 não foi divulgada.

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que a equipe econômica está conservadora quanto aos números por não ter o histórico de arrecadação dessa nova medida. "A partir do mês de agosto a gente pode ter algum elemento, mas provavelmente daqui a dois ou três meses para termos um histórico razoável", disse.

Um ano antes, na peça orçamentária de 2024, a equipe econômica estimou uma arrecadação de R$ 2,86 bilhões com imposto de importação cobrado em compras de mercadorias internacionais. Na época, usou como base no cálculo uma alíquota de 28% como referência e adotou um cenário de queda de 30% nas importações.

Nesta segunda, Barreirinhas também reforçou que o programa Remessa Conforme não foi criado como uma medida que busca aumento de arrecadação para o governo.

"A Remessa sempre foi vista como uma medida aduaneira da Receita Federal, de controle desse mercado, nunca arrecadatória. Nunca fizemos essa projeção para fins de Orçamento, o valor desse ano veio do Congresso. Agora, com a aprovação, vamos verificar e fazer essa projeção na medida adequada", disse.

Desde agosto, passou a ser cobrada uma taxa de importação de 20% para encomendas de até US$ 50 feitas por pessoas físicas. Acima desse valor, a alíquota é de 60%, com um desconto de US$ 20 para compras até US$ 3.000. As regras valem para compras feitas em plataformas que aderiram ao Remessa Conforme, como Shein, Shopee e AliExpress.

Além do imposto federal, os estados têm alíquota que variam de 17% a 19% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em operações de importação por comércio eletrônico.

A proposta foi incluída pelo Congresso Nacional dentro da lei que criou o Mover, programa para incentivar a descarbonização de carros. Ela entrou como um "jabuti", quando é colocada dentro de um projeto de lei que não tem a ver com a sua temática original.

A isenção para compras internacionais até US$ 50 era motivo de críticas de varejistas nacionais, que alegavam risco de perda de empregos e fechamento de lojas no país. Representantes das empresas brasileiras falavam em "competitividade desleal" e necessidade de "equidade".

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