Ao iniciar os estudos em um MBA em 2011, a bibliotecária Ketty Valencio, 39, já sabia que queria trabalhar com literatura negra. Foi assim que, do trabalho de conclusão do curso, nasceu a Livraria Africanidades (@livrariafricanidades), em 2013.
O negócio, diz Ketty, é uma representação da sua identidade de mulher negra e periférica, mas, ao mesmo tempo, aborda temáticas de importância universal. "Ter uma literatura específica não é somente para um grupo de pessoas pretas, mas sim para todas as pessoas, porque é uma literatura que agrega a nossa história", diz ela.
A história é tema do vigésimo primeiro episódio da série Negócios Plurais, sobre empreendedorismo e diversidade, realizada pela Folha em parceria com o Instagram. Toda semana, o jornal publica em seu perfil na rede social relatos em vídeo de empreendedores de todas as regiões do país.
Ainda na adolescência, Ketty se descobriu uma pesquisadora ao acessar o acervo da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo). Conheceu, nessa época, a biblioteconomia, e decidiu ingressar no curso, no qual se formou em 2009.
"Nossas vozes foram e são silenciadas. A sociedade brasileira não reconhece a população negra, a indígena, a população que formou esse país. Meu acervo tem muito a ver com isso", diz ela.
Em 2017, a livraria, antes só virtual, ganhou um espaço físico em Perdizes, na zona oeste de São Paulo, e, alguns meses depois, foi transferida para a região de Cachoeirinha, na zona norte da cidade. Com a pandemia, as vendas continuam apenas por ecommerce e pelo Instagram.
Sei que minha ferramenta como pessoa, como cidadã, é uma contribuição para a melhoria da sociedade. É uma ferramenta política
Assista ao episódio:
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