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Empresas vendem até aulas para melhorar performance de gamer

Oferta inclui PCs, controles e até cursos que ajudam na performance do jogador

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Rio de Janeiro

Na esteira da popularidade dos eSports, empresários investem em produtos e serviços para dar suporte a jogadores, sejam eles profissionais ou amadores.

Acessórios especiais, que ajudam a melhorar a performance nas partidas, e até curso para profissionalizar jogadores estão entre as iniciativas para atender à demanda.

Uma iniciativa é a Full House Gaming, lan house equipada com computadores especializados para jogar, que atende amadores e profissionais.

Cesar Carmona, 34, dono da lan house Full House Gaming, em São Paulo
Cesar Carmona, 34, dono da lan house Full House Gaming, em São Paulo - Zanone Fraissat/Folhapress

Cesar Carmona, 34, dono do negócio, diz que a ideia inicial do negócio, fundado em 2019, foi dar suporte a quem buscava se profissionalizar, ou seja, ter um nível avançado de habilidade no jogo para ser contratado por grandes times. Hoje, a Full House Gaming tem três funcionários e recebe cerca de 800 pessoas mensalmente.

No espaço, o usuário pode alugar um computador para jogar o que quiser. Apesar de o público final ser de jogadores avulsos, Carmona afirma que o espaço também já foi usado para treinos de organizações de eSports.

Já o economista Rodrigo Bariani, 25, inaugurou, há três anos, a 4Gamers, loja de PCs, peças para computador e acessórios para jogadores.

Ali, os PCs são vendidos de acordo com as especificações de games como "Fortnite" e "League of Legends" e direcionados ao público desses jogos.

Para isso, diz Rodrigo, eles montam os computadores com peças que se encaixem melhor com os requisitos de cada jogo, que costumam exigir placas de vídeo, memória e processadores específicos.

A 4Gamers vende também kits com teclado, fone, mouse e mousepad. Em 2021, a empresa faturou R$ 5,4 milhões.

Levantamento da consultoria IDC (International Data Corporation) publicado no ano passado estima um aumento de 4,8% e 13,2% na venda de PCs e monitores para usuários de jogos eletrônicos, respectivamente, até 2025.

Segundo Vince Vader, professor de sistemas de informação na ESPM, a procura por produtos e serviços cresce conforme a profissionalização do setor acontece.

Ele diz que mouse e teclado gamers, por exemplo, têm tempo de resposta mais curto, para que o computador responda mais rapidamente ao comando do usuário, algo essencial durante uma partida.

"O público valoriza o equipamento que aprimora a performance e permite uma experiência imersiva", diz Vader.

Fundada em 2000 como loja de brinquedos, a Game Games passou a oferecer produtos para jogadores em 2009. Silvio Franzen, 40, sócio, diz que a empresa vende principalmente bonecos colecionáveis, mas controles de videogames, como volantes para jogos de corrida e simuladores de voo, também são populares. Eles representam 25% do faturamento, que no último ano foi de R$ 3,2 milhões.

A pesquisa Game Brasil 2022, feita pelo Sioux Group e pelo Go Gamers, indicou que, entre plataformas de jogos, os smartphones são os favoritos dos usuários, com adesão de 48,3%. Para atender esse público, a Prota Games oferece cursos sobre conceitos e estratégias dos jogos para mobile "Free Fire" e "Wild Rift". A empresa também dá aulas de "League of Legends" (LoL) e "Fortnite", jogos para computador.

Fundador da Prota, Santiago Gonzalez, 25, diz que os cursos são ministrados por jogadores profissionais e disponibilizados numa plataforma de assinatura mensal. As aulas têm, em média, 80 milhões de visualizações por mês.

"A gente recebe pessoas que querem se tornar profissionais ou começar a jogar já sabendo [das regras]. Por isso, fazemos o curso do básico ao avançado", afirma.

O perfil do público é diverso, diz Gonzalez, e varia de acordo com o jogo. Os usuários de "LoL" são os mais velhos, entre 18 e 30 anos, enquanto os demais têm entre 12 e 17.

Ele diz ainda que alunos de jogos para dispositivos móveis costumam ter renda mais baixa, e, por isso, o preço desses cursos é inferior ao dos demais. As aulas de "Free Fire" custam R$ 9,98 por mês, enquanto as de "LoL" saem por R$ 29,99. Ambos os valores são para planos anuais.

A pesquisa Game Brasil indica que as classes D e E respondem por apenas 11,6% dos jogadores. Segundo o professor Vader, apesar de os smartphones terem ampliado a presença dessas classes no mundo gamer, o valor dos produtos ainda mantém esse mercado pouco acessível.

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