Com maioria judaica, Estado de Israel respeita diversidade religiosa
Israel é um Estado não-laico, ou seja, não há separação entre a religião e o Estado. Por outro lado, o país não possui religião oficial, e por ser uma democracia com eleições livres, também não pode ser considerado um Estado teocrático, mesmo que quatro quintos de sua população de 7 milhões de pessoas seja composta por judeus --segundo informações de órgãos oficiais do país.
Os outros 20% da população é composta na maioria por cristãos e islâmicos, e em menor número por drusos e bahá'i.
10.abr.98/Niels Andraes/Folha Imagem |
Judeus ortodoxos rezam no Muro das Lamentações, em Jerusalém |
Judaísmo, cristianismo e islamismo são as maiores religiões monoteístas do mundo e as mais praticadas em Israel.
Analistas argumentam que Israel não é um Estado laico, pois o judaísmo é uma religião com especificidades que afetam a vida quotidiana de seus cidadãos. Os dogmas e exigências de práticas religiosas diárias justificariam a vinculação do Estado de Israel à religião.
Entretanto, apenas 4,5% dos judeus de Israel são ultraortodoxos, e outros 13% são ortodoxos, o restante da população leva uma vida secular, apenas cultivando algumas tradições e celebrando festas.
O que há de mais concreto em Israel sobre o tema são leis que protegem a "liberdade religiosa" no país. A Declaração de Independência de Israel, promulgada pelo mandato britânico sobre a região da palestina em 1948, garante a liberdade de religião e consciência, e a igualdade social e política em direitos religiosos, segundo a "Jewish Virtual Lybrary", uma biblioteca virtual sobre Israel mantida pelo país em parceria com os EUA.
A liberdade religiosa é quase uma condição para a existência do Estado de Israel no território em que foi criado, por concentrar os locais sagrados das três grandes religiões monoteístas do mundo, permitindo aos praticantes que visitem seus locais de culto e oração.
Judaísmo
A população judaica em Israel é muito diversa. Judeus da Europa Ocidental, Leste Europeu, Oriente Médio, Norte da África, Ásia Central, América do Norte e Latina imigram para a região da "terra santa", onde hoje está Israel, desde o século 19.
4.abr.2008 - Reuters |
Judeus ultra-ortodoxos rezam em Israel |
A revitalização do hebraico como língua nacional foi um forte fator de unificação de um povo culturalmente diverso -os judeus se dispersaram pelo mundo em diferentes momentos da história, em especial em 132 a. c., com uma expulsão da região da palestina promovida pelo Império Romano.
As comunidades e bairros judaicos em Israel integram grupos muito influente no país, que são mantidos sob vigilância pelo segmento plenamente secular da sociedade, com maior presença nas instituições do país, para evitar que os judeus ortodoxos influenciem de forma "sectária" os rumos do Estado.
Entre os judeus, os ashkenazi e os sefardita são os grupos mais fortes e que mantém diferenças culturais e também rivalidades sociais e políticas, já que os Ashkenazim tradicionalmente tem maior nível de estudos, são mais ricos e influentes.
Há ainda outros grupos minoritários como os karaites, que mantém uma identidade religiosa tradicional seguindo o Torah, e os samaritanos, que também tem costumes próprios diferenciados.
O judaísmo é a primeira grande religião monoteísta a aparecer na história. Os cultos judaicos são realizados nas sinagogas, comandados por rabinos. A Torá é o livro sagrado considerado pelos judeus revelado diretamente por Deus.
Islamismo
Entre os islâmicos que vivem em Israel, a maioria é árabe sunita e conserva com autonomia sua religiosidade no país, tendo inclusive instituições próprias para assuntos como o casamento e o divórcio.
Muitos islâmicos estão rompendo as barreiras da segregação cultural com os judeus freqüentando escolas públicas e universidades, onde aprendem o hebreu e se tornam bilíngües.
Apesar de terem direitos civis e políticos praticamente iguais aos dos judeus, muitos cidadão islâmicos de Israel se consideram palestinos vivendo em um território ocupado por "invasores".
Jerusalém
Jerusalém é reivindicada por cristãos, judeus e islâmicos como uma "Terra Santa", o que a torna a capital religiosa de cerca da metade da raça humana. A cidade contém as ruínas de algumas das civilizações mais antigas do mundo, e desde a antiguidade foi um ponto crucial entre o ocidente e o oriente.
Para os judeus, é o berço de seu povo, de onde foram expulsos e retornaram após 2.000 anos para torná-la a capital de seu Estado nacional.
Para os cristãos é uma terra sagrada pois foi onde Jesus viveu, pregou, foi crucificado e, segundo a religião, ressuscitou. Para os muçulmanos, é a terra de onde seu profeta, Maomé, ascendeu aos céus.
A cidade "mais sagrada do mundo" é também uma cidade marcada por guerras e violência. Jerusalém foi sitiada 50 vezes, conquistada por diferentes civilizações mais de 30 vezes, e destruída ao menos em dez episódios.
Fontes: Encyclopedia Britannica, Jewish Virtual Library, CIA World Factbook, "A Terra Santa em Cores"
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