O procurador especial Robert Mueller intimou as Organizações Trump a entregarem uma série de documentos, incluindo papéis ligados à Rússia, informou nesta quinta-feira (15) o jornal americano The New York Times.
É a primeira vez que Mueller, que investiga a interferência russa na eleição presidencial americana, intima oficialmente uma empresa do grupo empresarial de Donald Trump –o que aproxima o inquérito do próprio presidente.
O pedido foi feito há algumas semanas e determina que sejam entregues todos os documentos ligados à Rússia e a outros assuntos da investigação, sem especificar quais.
A decisão demonstra que a apuração ampliou seu escopo e ainda deve durar alguns meses, ao contrário das expectativas de Trump, que afirmava que a conclusão seria breve.
De acordo com o New York Times, o promotor quer descobrir se a campanha do republicano recebeu dinheiro do exterior e como isso teria sido feito.
A Casa Branca informou que continuará a cooperar integralmente com a investigação do Departamento de Justiça e voltou a afirmar que não houve conluio entre a campanha de Trump e os russos.
O advogado Alan Futerfas, que representa as Organizações Trump, disse em nota que a história é “notícia velha” e que a empresa tem cooperado integralmente com as investigações e respondido a todas as solicitações do procurador Mueller desde julho do ano passado.
CERCO
O inquérito do procurador especial foi iniciado há dez meses. Nas últimas semanas, Mueller tem se aproximado de figuras-chave da campanha e do governo de Trump, que já lhe prestaram depoimento, e investigou inclusive suspeitas de obstrução da Justiça contra a investigação.
O procurador já afirmou que pretende entrevistar o presidente e negocia com os advogados do republicano como isso será feito. Trump, por sua vez, afirmou que gostaria de depor “o mais rápido possível” e diz estar confiante de que a conclusão será positiva.
O republicano declarou em ocasiões anteriores que a investigação é “uma caça às bruxas”, e criticou o Departamento de Justiça e o FBI por não apurarem a fundo suspeitas contra a democrata Hillary Clinton, sua adversária nas eleições.
Em entrevista ao Times em julho passado, Trump negou que tenha negócios na Rússia e disse que a investigação deveria se centrar nas eleições, e não em suas empresas ou patrimônio. “Eu não tenho rendimentos na Rússia; não faço negócios na Rússia”, afirmou, à época.
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