Equipe da ONU é atacada na Síria e adia visita de inspetores a Duma 

Agentes avaliavam se existia segurança para os técnicos irem ao local de ataque químico

Nova York e Haia | AFP e Reuters

Uma visita de inspetores internacionais de armas químicas a cidade síria de Duma, palco de um ataque com gás tóxico no início do mês, foi adiada após uma equipe de segurança da ONU ser alvo de tiros no local na terça-feira (17).

Os agentes das Nações Unidas faziam uma visita de reconhecimento a Duma com o objetivo de avaliar a situação e a segurança na região.

A ideia era garantir as condições para uma visita dos técnicos da Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq).

A missão da Opaq tem por objetivo descobrir mais detalhes sobre o ataque químico que deixou ao menos 40 pessoas mortas e mais de 500 feridas em 7 de abril.

Segundo as agências de notícias Reuters e AFP, a equipe da ONU foi cercada logo após chegar a Duma e, pouco depois, foi alvo de tiros quando tentava alcançar um dos locais onde teria acontecido o ataque químico.

Graças ao tiroteio, o grupo decidiu, então, deixar o local e retornar a Damasco. Segundo a ONU, nenhuma pessoa ficou ferida na ação.

O embaixador da Síria na ONU havia dito na terça-feira que a missão da Opaq iniciaria seu trabalho nesta quarta se a equipe de segurança considerasse a situação adequada no local.

Com o ataque a tiros, porém, a visita foi adiada e não tem data para acontecer.

O representante britânico na Opaq, Peter Wilson, afirmou que o diretor da organização, Ahmet Üzümcü, disse a ele que os inspetores só irão a Duma quando receberem o sinal verde da ONU de que o local está seguro.

“Ao chegarem ao primeiro local, uma multidão se formou ao redor [da equipe da ONU] e a instrução foi para que a equipe abortasse a ação”, disse Üzümcü em um encontro na sede da agência de observação.

“No segundo local”, ele completou, a equipe foi atacada por tiros e um explosivo foi detonado. Depois disso, a equipe de reconhecimento retornou a Damasco”.

Em declaração à imprensa antes de um encontro com representantes do Qatar, o Secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, culpou o governo sírio pelos atrasos sobre a chegada de inspetores aos locais dos ataques químicos.

Ele afirmou ainda que o país tem um longo histórico de “tentar eliminar provas antes da chegada das equipes de investigação”.

A missão da Opaq foi um pedido das potências ocidentais, que culpam o ditador Bashar al-Assad e a Rússia, sua aliada, pelo ataque químico —Moscou e Damasco negam envolvimento

Em resposta, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido lançaram no último sábado (14, noite de sexta no Brasil) um ataque contra o governo sírio.

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