Às vésperas das eleições na Venezuela, os EUA anunciaram nesta sexta-feira (18) uma sanção econômica contra o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv).
A medida integra um conjunto de sanções em vigor contra membros do regime de Nicolás Maduro, também incluído na lista, que tem a intenção de pressionar o governo a restaurar a democracia na Venezuela.
Cabello, 55, que foi ministro de Hugo Chávez, presidente da Assembleia Nacional e tenente do Exército, agora integra a “lista negra” do Departamento do Tesouro americano, acusado de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, exploração irregular de minas na Venezuela e corrupção.
Com as sanções, determinadas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, ou OFAC, os bens e ativos de Cabello nos EUA ficam bloqueados, e companhias americanas ou que operem no território do país estão proibidas de fazer qualquer tipo de transação com ele.
O relatório do governo americano acusa o ex-ministro chavista de exportar drogas à Europa via República Dominicana, usando um aeroporto estatal para despachar a mercadoria. Cabello ainda teria usado informações do governo para identificar outros traficantes, a fim de roubar suas mercadorias e minar a competição.
O ditador Nicolás Maduro, bem como seu vice, Tareck El Aissami –já incluídos na lista de sanções da OFAC–, dividiriam os lucros da empreitada, de acordo com os EUA.
“[Cabello] usou sua posição oficial para se envolver no narcotráfico, lavagem de dinheiro, apropriação indébita de fundos do Estado e outras atividades corruptas”, afirmou o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.
O ex-ministro ainda é suspeito de explorar ilegalmente minas de ferro na Venezuela, por meio de uma associação com Francisco Rangel Gómez, ex-governador do estado de Bolívar, na fronteira com o Brasil.
Segundo o governo americano, Cabello atua por meio companhias estatais ou subsidiárias, com atividades legítimas, para facilitar a extração e exportação ilegal de ferro, desviando o dinheiro para a Costa Rica e a Rússia.
Os valores, bem como os minérios ilegalmente extraídos, teriam sido transportados em barcos até o Panamá e a Costa Rica.
Além de Cabello, foram incluídos na lista negra sua esposa Marleny Contreras de Cabello, seu irmão José David Cabello, e Rafael Sarria Diaz, apontado como “testa de ferro” do ex-ministro.
Três empresas pertencentes ou controladas por Sarria, com endereço na Flórida, também tiveram seus bens e ativos bloqueados nas sanções desta sexta.
Tanto José David quanto Marleny ocupam cargos oficiais no regime de Maduro. O primeiro é acusado de extorquir dinheiro de empresários e cidadãos venezuelanos e estrangeiros, no papel de chefe da administração aduaneira e tributária da Venezuela.
Cabello já havia sido sancionado recentemente pela Suíça, por seu papel na “violação de liberdades individuais na Venezuela”, e pelo Panamá, que o incluiu numa lista de alto risco para lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
O ex-ministro ainda não havia se manifestado sobre as sanções nesta sexta, assim como o regime de Maduro.
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