Londres, Berlim e Paris defendem acordo com Irã e cobram EUA

Líderes europeus criticaram a decisão de Donald Trump de deixar tratado

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Londres, Berlim e Teerã | Associated Press, Reuters e AFP

​Os principais líderes europeus defenderam nesta quarta-feira (9) o atual acordo nuclear com o Irã, com a chanceler alemã Angela Merkel abrindo a possibilidade de renegociar o atual pacto. Berlim, Paris, Londres e Bruxelas também criticaram o presidente americano Donald Trump, que anunciou na terça (8) que seu país deixará o tratado

"Vamos respeitar o acordo e faremos todo o possível para que o Irã se atenha a suas obrigações", disse a alemã, pouco depois do aiatolá Ali Khamenei dizer em discurso que os europeus tinham que dar garantias de que o pacto continuaria válido. 

Merkel, porém, fez um aceno a Trump e afirmou que, embora o atual tratado deva ser respeitado, é possível fazer um acordo maior que o supere. O presidente americano defende a negociação de um novo pacto, que inclua pontos que ficaram de fora do primeiro, como o programa de mísseis balísticos iraniano. 

O presidente americano Donald Trump logo após anunciar em Washington que iria retirar o país do acordo com o Irã
O presidente americano Donald Trump logo após anunciar em Washington que iria retirar o país do acordo com o Irã - Jonathan Ernst - 8.mai.2018/Reuters

O secretário de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, também indicou que apoiaria a ideia de um acordo ampliado, mas disse que cabe aos EUA resolver a questão. "Agora que a gestão Trump deixou o JCPOA [o acordo], a responsabilidade é deles em explicar como vão construir e negociar uma solução para nossos problemas", afirmou. 

"O presidente Trump disse ontem a noite que está comprometido a achar uma nova solução e nós vamos cobrá-lo para que mantenha a palavra", disse Johnson. 

A França também defendeu a manutenção do acordo e o presidente Emmanuel Macron deve conversar ainda nesta quarta com seu colega iraniano, Hasan Rowhani.

"O acordo não está morto. Existe uma saída norte-americana do acordo, mas o acordo ainda está de pé", disse o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian.

"A região merece mais do que uma nova desestabilização provocada pela retirada americana. Por isso queremos aderir a ele e fazer com que o Irã se comporte com moderação", disse ele à rádio francesa RTL.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a decisão mostra que Washington não quer mais cooperar com o resto do mundo. "Neste momento precisamos substituir os Estados Unidos, que perderam sua força como ator internacional e, por isso, sua influência no longo prazo"

Já a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), responsável por fiscalizar o Irã nos termos do acordo, disse que Teerã vem cumprindo o prometido. "O Irã está sujeito ao regime de verificação nuclear mais robusto do mundo" afirmou seu diretor, Yukiya Amano.

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