Mais diplomatas americanos podem ter sido alvo de ataque sônico na China

EUA relatam dois novos casos de pessoas que ficaram doentes após ouvirem sons estranhos

Consulado americano em Cantão
Consulado americano na cidade chinesa de Cantão - Departamento de Estado/The New York Times
Cantão | The New York Times

A crise envolvendo uma doença misteriosa que atingiu diplomatas americanas e suas famílias —que teve seus primeiros relatos em Cuba em 2016 e, mais recentemente, na China— se ampliou nesta quarta-feira (6). Pelo menos mais dois americanos ficaram doentes após ouvirem barulhos estranhos na China —eles foram retirados do país pelo Departamento de Estado.

Vários outros funcionários do consulado dos EUA na cidade chinesa de Cantão e seus familiares estão passando por exames feitos por uma equipe médica enviada pelo Departamento de Estado.

Autoridades americanas têm demonstrado preocupação nos últimos meses que seus diplomatas têm sido alvo de ataques envolvendo sons estranhos que provocam sintomas similares àqueles que acontecem depois de uma concussão ou de uma leve lesão cerebral.

Os dois novos casos na China surgiram poucas semanas após a revelação de que um funcionário do consulado em Cantão ficou doente após relatar barulhos estranhos.

Os relatos na China aumentaram um mistério que começou em 2016, quando funcionários da Embaixada dos EUA em Cuba e seus familiares tiveram problemas de saúde em um curto período.

No total, 24 pessoas afirmaram que tiveram sintomas como dor de cabeça, náusea, perda de audição depois de ouvirem sons estranhos.

O caso deteriorou a relação entre Havana e os EUA, que decidiram expulsar 15 diplomatas cubanos do país.

Porém, com os novos casos agora, as autoridades americanas suspeitam que outro país possa estar envolvido —China e Rússia estão entre os suspeitos.

No entanto, ainda há dúvidas se é mesmo o caso de um ataque. Outras teorias apontam que a doença possa ter sido provocada por toxinas, um aparelho de música que por alguma falha emite sons nocivos ou até mesmo histeria coletiva.

No mês passado, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que o primeiro caso em Cantão, do ponto de vista médico, era similar ao que aconteceu em Cuba no fim de 2016. Pompeo usou o termo “ataque sônico” para descrever o ocorrido em Cantão.

No caso cubano, Washington disse que os problemas tinham sido decorrentes de “ataques acústicos” feitos contra seus diplomatas, mas o caso nunca foi resolvido e Cuba negou envolvimento na ação.

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