Protesto em Gaza tem confronto, quatro mortos e 620 palestinos feridos

Tropas israelenses dispararam contra os manifestantes que tentavam cruzar a fronteira

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Gaza | Reuters

Pelo menos quatro pessoas foram mortas e 620 feridas nesta sexta-feira (8) na ação das forças de Israel contra um novo protesto na fronteira do país com a faixa de Gaza, que desde março tem recebido manifestações de palestinos contra o Estado judaico.

Segundo as autoridades de Gaza, 120 vítimas foram atingidas por munição letal disparada pelos israelenses, incluindo um adolescente de 15 anos que morreu e um fotógrafo da AFP que, diz a agência de notícias, usava colete e capacete identificando-o como membro da imprensa.

A manifestação desta sexta coincidiu com o Dia de Jerusalém, data criada pelo Irã depois da Revolução Islâmica para lembrar a reivindicação histórica dos palestinos para ter a cidade como sua capital.

O protesto começou após a oração do meio-dia de sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, como habitualmente ocorre nos últimos três meses. Cerca de 10 mil pessoas se dirigiram à fronteira, onde grupos atearam fogo em pneus, atiraram pedras e voaram pipas incendiárias contra as forças israelenses.

O Exército de Israel respondeu com bombas de gás lacrimogêneo, algumas delas disparadas de drones, e também com munição letal. Segundo o Estado judaico, os recursos foram necessários para evitar avanço da divisa e ataques do grupo radical islâmico Hamas.

Israel acusa os extremistas, que governam a faixa de Gaza desde 2007, de usar as manifestações para promover ataques mais graves. O Exército afirma que militantes do grupo palestino fizeram à noite um ataque a tiros contra um posto de fronteira, no qual ninguém ficou ferido.

A onda de violência começou em 30 de março, quando começaram os protestos contra os 70 anos da fundação de Israel. As autoridades de Gaza afirmam que 124 palestinos foram mortos e 3.800 ficaram feridos no período —do lado israelense não houve vítimas.

Os palestinos acusam o Estado judaico de matar civis de forma indiscriminada. O uso da força foi criticado pela União Europeia e a ONU, enquanto os Estados Unidos reiteram o argumento israelense de culpar o Hamas.

O dia mais mortal dos atos foi 14 de maio, aniversário de Israel e dia em que foi inaugurada a embaixada americana em Jerusalém. Na ocasião, 60 pessoas morreram, de acordo com o governo de Gaza.

Nesta sexta, ambos os lados usaram o nazismo para se referir às ações de seu oponente. Manifestantes em Gaza diziam que, com a crise humanitária provocada pelo bloqueio das fronteiras de Gaza devido ao confito, Israel criou um campo de concentração.

Por sua vez, Emmanuel Nahshon, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel, descreveu os manifestantes como "idiotas odiosos" e "Hamas Jugend" —em referência a Hitlerjugend, a Juventude Hitlerista da Alemanha nazista. 

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