A saída do presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, do encontro na terça-feira (3) com o atual mandatário, Enrique Peña Nieto, chamou atenção por dois motivos: o fato de ele usar um carro compacto e, principalmente, não haver nenhum guarda-costas no local, apesar de ele estar cercado por centenas de apoiadores.
A ausência de segurança faz parte das promessas do esquerdista mais conhecido pelas iniciais AMLO. “Eu não quero guarda-costas, o que significa que os cidadãos vão me proteger. Aquele que luta pela Justiça não tem nada a temer.”
A decisão de não usar seguranças armados gerou preocupação, já que 2017 foi o ano o recordista em homicídios da história recente do país: 20,5 homicídios por 100 mil habitantes, ante 30,3 no Brasil.
A medida, porém, não é a única em que AMLO promete fugir do modelo típico do presidente mexicano.
Ele já disse que não vai morar no palácio presidencial e que vai transformar o prédio do século 19 em um centro de artes para o “povo mexicano”.
Também prometeu que vai cortar o seu salário pela metade, assim como vai reduzir o dos que ganham mais no funcionalismo. Ao mesmo tempo, afirmou que vai elevar os ganhos de professores, enfermeiros, policiais, faxineiros, entre outros.
A lista inclui ainda a venda do avião presidencial e a proibição do uso de aviões e helicópteros privados por parte das principais autoridades do país.
Nem todos, porém, acreditam que López Obrador vai colocar em prática todas as suas promessas, especialmente em relação à segurança, quando assumir a Presidência.
“Ele deve entender o risco e que, uma vez eleito, não deve isso a si mesmo, mas ao país”, afirmou Vicente Sánchez, professor administração pública no Colegio de la Frontera Norte, em Tijuana.
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