Cortar salário pela metade e dispensar guarda-costas são promessas de AMLO

Mandatário eleito do México já disse que não vai usar palácio presidencial e vai vender avião

Policiais fazem segurança de Andrés Manuel López Obrador (dentro do carro) ao deixar encontro com Enrique Peña Nieto, na Cidade do México
Policiais fazem segurança de Andrés Manuel López Obrador (dentro do carro) ao deixar encontro com Enrique Peña Nieto, na Cidade do México - Emilio Espejel - 3.jul.2018/Associated Press
Cidade do México

A saída do presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, do encontro na terça-feira (3) com o atual mandatário, Enrique Peña Nieto, chamou atenção por dois motivos: o fato de ele usar um carro compacto e, principalmente, não haver nenhum guarda-costas no local, apesar de ele estar cercado por centenas de apoiadores.

A ausência de segurança faz parte das promessas do esquerdista mais conhecido pelas iniciais AMLO. “Eu não quero guarda-costas, o que significa que os cidadãos vão me proteger. Aquele que luta pela Justiça não tem nada a temer.”

A decisão de não usar seguranças armados gerou preocupação, já que 2017 foi o ano o recordista em homicídios da história recente do país: 20,5 homicídios por 100 mil habitantes, ante 30,3 no Brasil.

A medida, porém, não é a única em que AMLO promete fugir do modelo típico do presidente mexicano.

Ele já disse que não vai morar no palácio presidencial e que vai transformar o prédio do século 19 em um centro de artes para o “povo mexicano”.

Também prometeu que vai cortar o seu salário pela metade, assim como vai reduzir o dos que ganham mais no funcionalismo. Ao mesmo tempo, afirmou que vai elevar os ganhos de professores, enfermeiros, policiais, faxineiros, entre outros.

A lista inclui ainda a venda do avião presidencial e a proibição do uso de aviões e helicópteros privados por parte das principais autoridades do país.

Nem todos, porém, acreditam que López Obrador vai colocar em prática todas as suas promessas, especialmente em relação à segurança, quando assumir a Presidência.

“Ele deve entender o risco e que, uma vez eleito, não deve isso a si mesmo, mas ao país”, afirmou Vicente Sánchez, professor administração pública no Colegio de la Frontera Norte, em Tijuana.

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