Ataque do Taleban mata cúpula de província do Afeganistão

Ação em Kandahar acontece 48 horas das eleições legislativas no país

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O general americano Scott Miller (terceiro sentado da esq. para a dir), e o governador de Kandahar, Zalmay Wesa (no centro), durante reunião; o ataque ocorreu quando as autoridades deixavam o local
O general americano Scott Miller (terceiro sentado da esq. para a dir), e o governador de Kandahar, Zalmay Wesa (no centro), durante reunião; o ataque ocorreu quando as autoridades deixavam o local - Associated press
Kandahar (Afeganistão) e São Paulo | Reuters

Um ataque reivindicado pelo Taleban realizado nesta quinta-feira (18) matou os principais líderes da província de Kandahar, onde fica a segunda maior cidade do Afeganistão, 48 horas dias antes das eleições legislativas do país.  

Entre os mortos está o general Abdul Razeq, que comandava a segurança da região e era considerado um dos mais importantes líderes militares do país. As outras vítimas são o governador da província, Zalmai Wesa, e o chefe da inteligência local, o general Abdul Momin.

O comandante das tropas da Otan (aliança militar ocidental) no Afeganistão, o general americano Scott Miller, estava reunido com Razeq minutos antes do ataque, mas conseguiu escapar ileso —outros dois militares americanos foram feridos na ação.

O Taleban confirmou que os principais alvos do ataque eram Miller e Razeq, que tinha o apoio dos EUA por seu combate aos insurgentes, mas era acusado de violações de direitos humanos.  

Os detalhes do ataque ainda não estão claros, mas autoridades afegãs afirmaram que um guarda-costas disparou contra Razeq quando ele deixava a reunião com o general americano, acertando também as outras vítimas que o acompanhavam.

“Autoridades da província, incluindo o governador, o chefe da polícia e outras pessoas estavam acompanhando o convidado estrangeiro a seu avião quando o ataque aconteceu”, disse Said Jan Khakrezwal, chefe do conselho da província.

O vice-governador de Kandahar, Agha Lalay Datagiri, confirmou as três mortes e disse que as informações iniciais indicam que foi um trabalho interno.

“É difícil saber quem disparou os tiros, mas eles vieram dos seguranças que acompanhavam as autoridades. Acreditamos que um dos guardas do governador abriu fogo, mas isso ainda não está confirmado”, disse ele, segundo o jornal The New York Times.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, disse ter enviado agentes para ajudar na investigação do caso e prometeu estabilizar a situação em Kandahar rapidamente.

O ataque é uma derrota de Ghani e das principais lideranças do país devido a proximidade com a eleição parlamentar, marcada para sábado (20).

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