Polícia britânica prende dois suspeitos por uso de drones em Gatwick

Aeroporto teve 36 horas de suspensão de partidas e chegadas por causa de drones

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Passageiros no aeroporto de Gatwick esperam por seus voos após os atrasos e cancelamentos causados ​​por drones - John Stillwell/Associated Press
Londres | AFP

Duas pessoas foram detidas por suposto envolvimento no “uso criminoso de drones” no aeroporto de Gatwick, próximo a Londres, informou a polícia neste sábado (22), após três dias de perturbações que fizeram milhares de pessoas perderem seus voos.

“Com base em nossas investigações pelo uso criminoso de drones, o que alterou seriamente os voos de saída e de chegada do aeroporto de Gatwick, a polícia de Sussex realizou duas prisões”, informou o superintendente da polícia, James Collis.

Foram detidos um homem de 47 anos e uma mulher de 54 anos que são moradores locais. As prisões ocorreram na noite de sexta, e os dois continuam em custódia. 

Segundo o jornal Telegraph, os suspeitos Paul Gait e Elaine Kirk são casados e pais de dois filhos. Eles podem ser condenados a até cinco anos de prisão e a pagar multas elevadas. 

Nenhum grupo assumiu responsabilidade pela ação. Mas investigadores consideram a possibilidade de defensores do meio ambiente estarem por trás do ataque.

Os drones foram vistos pela primeira vez voando em torno de Gatwick, o segundo maior aeroporto do Reino Unido, na quarta-feira (19), o que obrigou o fechamento da pista e afetou mais de mil voos, provocando caos para mais de 120 mil pessoas a poucos dias do Natal.

Segundo o comunicado da polícia, a investigação continua, e os agentes usam “um leque de táticas” para “detectar e impedir novas incursões de drones”.

“Continuamos pedindo à população e aos passageiros na região de Gatwick que fiquem atentos e nos ajudem comunicando imediatamente qualquer informação que possa nos auxiliar.”

O aeroporto voltou a operar nesta sexta-feira (21), apesar de uma última aparição de um drone, às 15h10 (horário de Brasília), o que provocou nova suspensão dos voos.

O aeroporto reabriu a sua única pista, depois de ficar paralisado por quase 36 horas devido à presença insistente de drones de origem desconhecida, um incidente “sem precedentes”, segundo o governo.
Gatwick alertou os passageiros que atrasos e cancelamentos devem ser esperados. 

“A segurança é a maior prioridade em Gatwick e estamos gratos pela paciência contínua dos passageiros enquanto trabalhamos para levá-los ao seu destino final a tempo para o Natal”, afirmou o aeroporto. 

Embora os misteriosos drones não tenham sido interceptados, a reabertura foi possível graças às “medidas” para mitigar a ameaça, em colaboração com a polícia e o exército, explicou à BBC o diretor de operações da Gatwick, Chris Woodroofe, sem dar mais detalhes. 

Em um comunicado, a polícia de Sussex, o condado onde fica o aeroporto, disse que eles “aplicaram recursos significativos para procurar e localizar o drone”.

Entre as grandes linhas aéreas que operam em Gatwick estão easyJet, British Airways e Norwegian. Elas disseram que ainda é muito cedo para avaliar o impacto financeiro do incidente. 

A legislação britânica estipula que drones não podem ser usados a menos de um quilômetro de um aeroporto e não podem superar uma altitude de 122 metros.

Veículos aéreos não tripulados têm se tornado uma ameaça a aeroportos ao redor do mundo. No Reino Unido, o número de quase colisões entre drones privados e aeronaves mais do que triplicou entre 2015 e 2017, com 92 incidentes registrados no ano passado. 

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