Um grupo de militares venezuelanos exilados no Peru gravou um vídeo no qual pedem aos oficiais na ativa na Venezuela que abandonem o apoio ao ditador Nicolás Maduro e sigam o comando do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó.
No vídeo divulgado nesta quinta (17) nas redes sociais, os militares —todos jovens, de baixa patente e em pequeno número— leem o texto diante da câmara, usando seus uniformes.
O primeiro-tenente Josue Hidalgo Azuaje, apresentou-se dizendo que havia fugido da prisão de Ramo Verde junto a membros da Guarda Nacional. Ele conta que havia sido acusado de conspiração contra o governo.
Segundo documento divulgado pela Human Rights Watch há duas semanas, essa é a acusação mais comum do governo contra militares insubordinados.
Hidalgo Azuaje leu o comunicado do grupo em que "invoca a Constituição" e diz que "diante da grave crise social, econômica, política e constitucional que afeta o desenvolvimento são e próspero" do país, o grupo declarava que "com toda a responsabilidade com que nos apegamos a nosso juramento de defender a nosso povo e fazer respeitar as leis, desconhecemos Maduro como presidente da Venezuela e comandante das Forças Armadas."
O documento faz ainda um alerta à "comunidade internacional de que houve uma usurpação da Presidência."
Num chamado aos militares venezuelanos que estão na ativa no país, pediram que "se coloquem ao lado do povo" e apoiem a entrega do poder a Guaidó.
Na última sexta (11), Guaidó se declarou presidente interino do país. A Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, não reconhece o novo mandato de Maduro, que tomou posse na semana passada, porque considera que o pleito que o elegeu foi fraudado.
Na terça (15), a Casa deu início a um governo de transição após declarar que Maduro usurpou a Presidência. Mas a Assembleia atualmente não tem força política para impor a decisão ao ditador. Desde 2017, ela na prática teve seus poderes retirados pelo regime e repassados para a Constituinte, controlada pelo governo.
Guaído recebeu apoio de diversos países, incluindo do Brasil e dos EUA, mas nenhum deles chegou a reconhecê-lo como mandatário. Brasília e Washington estão entre os países que não reconhecem o novo mandato de Maduro.
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