Descrição de chapéu Venezuela

No Brasil, Guaidó será recebido por Bolsonaro e se reunirá com diplomatas

Opositor ainda não sabe como retornará ao seu país após acompanhar tentativa frustrada de entrega de ajuda

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Buenos Aires e Brasília

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, será recebido nesta quinta-feira (28) pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.

No encontro, chamado de uma visita pessoal e marcado para o início da tarde, o venezuelano agradecerá ao brasileiro pelo apoio e irá tratar da possível transição no país sul-americano.

A expectativa é de que Guaidó pouse em Brasília às 22h desta quarta-feira (27). Segundo o Planalto, ele está sendo transportado por uma aeronave da força aérea colombiana e passará a noite em um quarto na Base Aérea.

Como o ditador Nicolás Maduro ainda está no comando do governo, Guaidó, mesmo reconhecido pelo governo brasileiro como presidente interino, não será recebido com honras de chefe de Estado.

Após o encontro com Bolsonaro, o venezuelano será recebido no Palácio do Itamaraty pelo chanceler Ernesto Araújo, onde deverá fazer um pronunciamento à imprensa brasileira. 

Mais cedo, opositores de Maduro que vivem no Brasil divulgaram informando do encontro com Bolsonaro.

De acordo com o informe, depois do encontro com Araújo, Guaidó terá reuniões com diplomatas dos países que o reconhecem como mandatário legítimo da Venezuela.

Opositores do ditador Nicolás Maduro que vivem no Brasil divulgaram uma nota na qual dizem que o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, terá encontros no Brasil até sexta-feira (1º). 

De acordo com o informe, Guaidó se reunirá com o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta quinta-feira (28). Depois, ainda segundo seus aliados, o autoproclamado presidente venezuelano terá reuniões com diplomatas dos países que o reconheceram como mandatário legítimo da Venezuela. 

A viagem de Guaidó a Brasília foi confirmada pelo vice-presidente Hamilton Mourão.  Guaidó deve chegar à capital brasileira às 22h desta quarta-feira (27). 

O plano do líder opositor é fazer uma visita de agradecimento a Bolsonaro e conversar sobre temas relacionados a uma possível transição no país sul-americano em crise.

O Brasil, junto à Colômbia e com coordenação dos EUA, ajudou na tentativa frustrada de entrada de ajuda humanitária no país vizinho.​

Juan Guaidó é cumprimentado após reunião do Grupo de Lima em Bogotá
Juan Guaidó é cumprimentado após reunião do Grupo de Lima em Bogotá - Joaquin Sarmiento - 25,fev.19/AFP

Outro tema que Gauidó e seus assessores querem tratar é o retorno à Venezuela, uma vez que o opositor estava impedido de sair do país pelo regime do ditador Nicolás Maduro.

O opositor foi à cidade colombiana de Cúcuta para acompanhar a tentativa frustrada de entrada de ajuda humanitária na Venezuela. Na segunda-feira (25), participou da reunião do Grupo de Lima em Bogotá que discutiu a crise na Venezuela.

Em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo, Guaidó disse que pretende voltar pelo aeroporto de Maiquetía, em Caracas, de maneira aberta, “como tem de ser”, mas que sabe das dificuldades da situação.

A Folha apurou que a equipe de Guaidó trabalha com três possibilidades. A primeira seria enfrentar o regime entrando por Maiquetía. “Se algo acontecer comigo, a reação internacional seria imensa”, declarou na Colômbia.

A segunda seria voltar como entrou, pelas trilhas clandestinas da fronteira entre Venezuela e Colômbia, na região de Cúcuta.

A opção, porém, é perigosa. A área tem a presença de paramilitares colombianos, coletivos e forças de segurança do chavismo, além de guerrilheiros do ELN (Exército de Libertação Nacional), guerrilha colombiana alojada em parte do lado venezuelano da fronteira e pró-Maduro.

Guaidó contou à Folha que levou mais de 40 horas para cruzar a fronteira entre a Venezuela e a Colômbia e que teve a ajuda de contatos nas Forças Militares. Agora, porém, as atenções do regime sobre seus passos seriam maiores. 

A terceira opção poderia ser via fronteira brasileira, e este pode ser um dos assuntos tratados na reunião com Bolsonaro.

Apesar das duras críticas a Maduro, a declaração final do Grupo de Lima, fórum que reúne 14 países das Américas, descartou qualquer intervenção militar para tirar Maduro do poder.

No dia anterior à cúpula em Bogotá, Guaidó afirmou à Folha que não descartava pedir uma intervenção estrangeira à comunidade internacional.

Guaidó, que viaja com a mulher, Fabiana Rosales, disse que a avó da esposa, com quem o casal deixou a filha pequena, recebeu ameaças, assim como outros de seus familiares.

Disse, ainda, a meios colombianos, que pretende voltar à Venezuela o mais rápido possível, porque não quer dar mostras de que esteja buscando refúgio em outro país nem que esteja tendo dificuldades para entrar. “Além disso, a minha batalha tem de ser dada de dentro da Venezuela, e não de fora”, disse.

O líder opositor se autoproclamou presidente da Venezuela em 23 de fevereiro, num ato que já foi reconhecido por mais de 50 governos, entre eles o Brasil.

Desde então, esses países, liderados pelos Estados Unidos, apertaram o cerco internacional contra Maduro. 

Um discurso do chanceler chavista, Jorge Arreaza, nesta quarta, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, foi boicotado por diplomatas de mais de 20 países, numa nova demonstração de isolamento de Maduro.














 

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