Protesto com milhares de palestinos na faixa de Gaza tem ao menos 4 mortos

Forças de segurança israelenses dispararam tiros e gás lacrimogêneo contra manifestantes

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Gaza | Reuters e The New York Times

Quatro manifestantes morreram e centenas ficaram feridos durante confrontos em protestos que reuniram milhares de palestinos neste sábado (30).

Os atos, na fronteira da faixa de Gaza, marcaram o aniversário de um ano da chamada "grande marcha pelo retorno", série de manifestações realizadas na região em 2018 contra o bloqueio de Israel e Egito na região e a luta pelo direito de retornar às terras que ocuparam antes da criação do Estado de Israel.

Palestinos se reúnem perto da fronteira com Israel, em Gaza, durante protesto
Palestinos se reúnem perto da fronteira com Israel, em Gaza, durante protesto - Mahmud Hams/AFP

O bloqueio de Israel e Egito na faixa de Gaza começou depois que o Hamas tomou o controle do território, em 2007.

Forças de segurança israelenses dispararam tiros e gás lacrimogêneo contra palestinos. Israel afirma que 40 mil manifestantes se reuniram ao redor da fronteira e que a maioria se manteve distante da cerca.

Dezenas de voluntários usando roupas fosforescentes foram escalados para tentar evitar que manifestantes se aproximem da cerca que delimita a fronteira. 

Segundo o governo israelense, porém, manifestantes carregam pedras e explosivos e usam pneus em chamas para se aproximarem da fronteira.

O palestino Mohammed Saad, 21, foi morto a tiros em um campo perto da fronteira horas antes de a manifestação começar. Os militares israelenses não comentaram o caso.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, outros três manifestantes, todos de 17 anos, morreram durante incidentes ao longo do dia. Outros 316 ficaram feridos. 

O Exército israelense disse que respondeu à manifestação "de acordo com os procedimentos padrões de suas operações".

Os protestos que começaram em março de 2018 deixaram ao menos 115 vítimas palestinas, segundo Gaza. Entre elas está a voluntária Razan al-Najjar, 20, que prestava atendimento médico de emergência a manifestantes na região da fronteira. 

Em novembro, um soldado israelense também foi morto por um atirador palestino. Israel afirma que os protestos são usados por militantes como pretexto para atacar soldados e comunidades próximas à fronteira. 

Organizadores instalaram caixas de som nos campos de protesto deste sábado na fronteira, tocando músicas nacionalistas palestinas. Líderes do Hamas também estavam presentes no evento e pediram que escolas fossem fechadas para incentivar a participação.

O dia 30 de março também marca o Dia da Terra, que relembra seis cidadãos árabes foram mortos durante protestos em 1976. 

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