O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (5) não querer polêmica com a Palestina e afirmou que visitará "dois ou três" países árabes no início do segundo semestre.
A política de aproximação do governo Bolsonaro com Israel tem gerado desconforto entre as nações árabes, grandes importadoras de proteína animal brasileira e que, na sua maioria, se alinham ao pleito dos palestinos na disputa territorial com os israelenses.
Em visita a Israel no início da semana, Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório comercial do Brasil em Jerusalém, cidade alvo de disputa entre israelenses e palestinos.
O anúncio representa um recuo em relação à promessa de campanha de Bolsonaro de que iria transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, gesto que incomodou países árabes.
Tanto a Autoridade Palestina quanto o movimento radical islâmico Hamas criticaram a abertura do escritório de negócios.
"Vamos supor que o Brasil não tivesse relações diplomáticas com Israel e fossemos hoje abrir este canal. Onde seria nossa embaixada? Seria em Jerusalém. Cada país decide onde é sua capital", disse Bolsonaro.
A maior preocupação, principalmente do setor do agronegócio, é que o alinhamento a Israel no conflito do Oriente Médio gere retaliações de países árabes consumidores de carne brasileira.
"Eu não quero problema com a Palestina. O povo palestino é maravilhoso, uma parte trabalha em Israel, escondido até, para não sofrer retaliação. A comunidade árabe é muito grande no Brasil, votaram em mim grande parte. Vamos continuar fazendo negócio com a Palestina, vamos ampliar até. Eu quero fazer negócio com o mundo todo", disse Bolsonaro.
O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, disse que ainda não há definição dos países que serão visitados.
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