O presidente Donald Trump afirmou a seu secretário interino da Defesa, Patrick Shanahan, que ele não quer uma guerra com o Irã, segundo vários funcionários do governo, em uma mensagem a seus assessores linha-dura de que a atual campanha dos EUA para pressionar o Irã não deve escalar para um conflito aberto.
A declaração de Trump, durante uma reunião na manhã de quarta (15) na Situation Room, ocorreu durante um briefing sobre o aumento das tensões com o Irã. A inteligência americana afirmou que o Irã carregou mísseis em pequenos barcos no Golfo Pérsico, levando a temores de que Teerã possa atacar tropas americanas ou de seus aliados na região.
Nenhuma nova informação foi apresentada ao presidente na reunião que servisse de argumentação para um engajamento maior com o Irã, segundo uma pessoa que esteve presente. Mas Trump foi firme ao dizer que não quer um confronto militar com os iranianos.
Nesta quinta (16), durante uma visita do presidente da Suíça, Ueli Maurer, Trump foi questionado sobre se os EUA iriam para a guerra contra o Irã.
"Espero que não", respondeu o presidente.
O presidente tentou conter os relatos de que dois de seus assessores mais agressivos —o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, — estão lutando por uma briga com o Irã e estão correndo à frente dele para precipitar uma ação militar.
"Não há briga nenhuma", disse Trump em uma rede social na noite de quarta. “Diferentes opiniões são expressada,s e eu tomo uma decisão — é um processo muito simples. Todos os lados, visões e políticas são cobertos."
Mas Trump acrescentou que está confiante de que o Irã "vai querer conversar em breve", sinalizando uma abertura à diplomacia que autoridades dizem que não é compartilhada com Bolton e Pompeo.
Em Tóquio, o chanceler iraniano, Javad Zarif , afirmou que não há "nenhuma possibilidade" de discussões com o governo Trump de modo a que as tensões sejam aliviadas.
"A escalada pelos EUA é inaceitável", afirmou.
Pompeo apresentou 12 passos que o Irã teria de tomar para satisfazer os EUA —medidas que alguns no Pentágono veem como irreais ou que poderiam colocar os líderes iranianos em um beco sem saída. Ele disse recentemente que o objetivo dessas medidas é provocar distúrbios domésticos no país persa.
Já Bolton há muito defende uma mudança de regime em Teerã. Ele resiste a acordos que possam abrir a porta a negociações com o país, encheu o Conselho de Segurança Nacional de linhas-dura e bolou mudanças de políticas para aumentar a pressão econômica e política sobre os líderes iranianos.
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