A polícia de Odessa, no Texas (EUA), identificou o responsável pelo ataque a tiros no sábado (31) como Seth Aaron Ator, 36, morador da cidade.
Segundo Michael Gerke, chefe da polícia local, o homem usou um rifle AR-15 —não se sabe se ele comprou a arma legalmente.
Ele já tinha passagem pela polícia, mas não havia nenhum mandado de prisão contra ele no momento. De acordo com o New York Times, policiais entrevistados pelo jornal afirmaram que o atirador havia sido demitido de uma empresa de caminhões na manhã de sábado, dia do ataque.
Inicialmente, as autoridades se negaram a dar informações sobre o homem. Gerke, que a princípio descartou relacionar o caso a terrorismo, disse que a intenção era não dar notoriedade ao homem.
No sábado (31), o homem, ao ser parado por um policial, disparou contra o oficial.
Em seguida, dirigiu pela cidade atirando em várias pessoas aleatoriamente. Ele então abandonou o carro e roubou um caminhão do serviço postal, com o qual foi até o estacionamento de um cinema. Lá, foi morto em um tiroteio com a polícia.
No total, o homem deixou sete mortos, com idades entre 15 e 57 anos, e 22 feridos (incluindo uma criança de 17 meses e três policiais).
Neste domingo, o presidente americano, Donald Trump, referiu-se ao atirador como “uma pessoa muito doente”.
Só em agosto, 53 pessoas foram mortas em ataques do tipo nos EUA. Segundo o presidente, um maior rigor na checagem de antecedentes de compradores de armas, uma demanda do Partido Democrata, não evitaria os tiroteios.
Trump, porém, acrescentou que trabalharia com democratas e republicanos na legislação sobre armas. “Acho que vocês vão ver coisas interessantes.”
No começo do mês, um ataque a tiros em um hipermercado Walmart em El Paso, também no Texas, deixou 22 mortos. A cidade fica a 447 km de Odessa. No dia 3 de agosto, pela manhã, um homem abriu fogo contra clientes que faziam compras na cidade na fronteira com o México.
Treze horas mais tarde, nove pessoas foram mortas e outras 27 ficaram feridas em um segundo atentado, em Dayton, no estado de Ohio.
O acusado da chacina em El Paso disse às autoridades que tinha mexicanos como alvo e confessou ter cometido o tiroteio, segundo a polícia local.
Desde 1982, 114 massacres com uso de armas ocorreram nos Estados Unidos. Locais de trabalho, escolas e igrejas se acostumaram a testemunhar tiroteios que, na última década, cresceram em números.
Segundo levantamento realizado pela revista americana Mother Jones, que exclui assaltos e confrontos entre gangues e só considera ataques em lugares públicos com quatro ou mais vítimas, entre 2010 e 2019 ocorreram 63 ações do tipo nos EUA, mais que o triplo da década anterior --20 episódios, que geraram 171 mortes no total.
Considerando as vítimas dos dois casos ocorridos no início de agosto, o saldo de 2010 até agora é de 526 mortes, aumento de 207% em relação ao período entre 2000 e 2009.
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