Descrição de chapéu Governo Trump

Comitê da Câmara aprova acusações contra Trump em processo de impeachment

Casa deve votar pelo impedimento na próxima semana, antes de republicano ser julgado no Senado

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Washington | Reuters

O Comitê Judiciário da Câmara dos EUA aprovou nesta sexta (13) duas acusações contra Donald Trump, como parte do processo de impeachment do republicano: uma de abuso de poder e outra de obstrução do Congresso.

O colegiado controlado pelos democratas votou por 23 a 17 para a aprovação dos chamados artigos de impeachment, documentos formais que explicam as acusações pelas quais um funcionário público pode ser destituído do cargo. 

O presidente Donald Trump durante encontro com o mandatário paraguaio, Mario Abdo Benítez, em Washington - Jonathan Ernst/Reuters

Segundo a acusação, Trump abusou de seu poder ao pressionar a Ucrânia para que investigasse seu rival democrata Joe Biden —o que configuraria interferência estrangeira nas eleições de 2020—, e tentou impedir a Casa de levar a cabo o inquérito de impeachment, se recusando a fornecer documentos e tentando impedir que funcionários de carreira do governo testemunhassem.

Na próxima semana, espera-se que a Câmara vote pelo impedimento do presidente, mas é pouco provável que ele de fato saia do cargo, pois o Senado —dominado pelos republicanos— terá a palavra final. Trump deve ser julgado pelo Senado no início de 2020, assim que a campanha presidencial começar.

"Hoje é um dia solene e triste", disse o presidente do comitê, Jerry Nadler. "Pela terceira vez em pouco mais de um século e meio, o Comitê Judiciário da Câmara votou artigos de impeachment contra o presidente."

Falando a repórteres na Casa Branca, Trump criticou o processo e disse que os democratas estavam banalizando o impeachment.

"É uma coisa muito triste para o nosso país, mas parece ser muito bom para mim politicamente", disse ele, argumentando que os números de suas pesquisas aumentaram. "O impeachment é uma farsa. É uma farsa", disse ele.

Acrescentou que gostaria de encontrar o delator que divulgou o conteúdo de sua conversa com o presidente ucraniano, que detonaria o impeachment, e que não se importaria que o processo fosse longo.

O republicano alegou que Joe Biden, seu provável rival na corrida eleitoral de 2020, estava envolvido em corrupção na Ucrânia e deveria ser investigado, mas não ofereceu provas. O democrata nega qualquer irregularidade.

Os republicanos defendem Trump e acusam os democratas de uma farsa de motivação política, com o objetivo de anular sua vitória nas eleições presidenciais de 2016.

"Uma farsa triste e ridícula na Câmara dos Deputados dos EUA. Isso precisa chegar a um fim rápido", escreveu no Twitter a presidente do Comitê Judiciário do Senado, Lindsey Graham, republicana e defensora firme de Trump.

Se o impedimento for aprovado na próxima semana, será a terceira vez que a Câmara autoriza a abertura de um processo de impeachment contra um presidente dos EUA. O democrata Bill Clinton foi acusado em 1998 por perjúrio por mentir sobre um relacionamento sexual com uma estagiária da Casa Branca, mas foi absolvido no Senado. O presidente democrata Andrew Johnson foi acusado em 1868, mas não condenado no Senado.

O republicano Richard Nixon renunciou em 1974 antes de ser acusado por seu envolvimento no escândalo de Watergate.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.