Os peruanos elegeram, neste domingo (26), um Congresso fragmentado, com dez partidos e nenhum deles com maioria, segundo contagem rápida feita pelo instituto Ipsos em parceria com o canal América TV (a margem de erro é de 1 ponto percentual para mais ou para menos).
O Força Popular, legenda do fujimorismo, teve 7% dos votos (12 cadeiras) e, se os números se confirmarem, será a quinta força da Casa, junto com a Frente Ampla, perdendo maioria. O resultado seria uma grande derrota para o grupo, que teve 36,3% dos votos em 2016.
Em 2016, o partido liderado por Keiko Fujimori conquistou 73 assentos de 130, mas agora chegaria a menos de 20, segundo as projeções.
Nesse caso, será uma minoria em um Congresso fragmentado, com domínio do Ação Popular (10,1% ou 24 cadeiras) e outras formações de centro que provavelmente negociarão com o presidente, Martín Vizcarra.
O popular presidente de centro-direita pediu "um relacionamento responsável [entre Executivo e Legislativo], maduro, buscando consenso em benefício do Peru", depois de votar na cidade de Moquegua, no sul.
O pleito ocorre a 18 meses do fim dos mandatos atuais, incluindo o presidencial. A eleição antecipada ocorre devido à decisão de Vizcarra, em setembro, de diluir constitucionalmente o Congresso, argumentando que este bloqueava as reformas anticorrupção aprovadas num referendo em 2018.
O resultado da eleição deve beneficiar o mandatário e seu pacote de projetos, incluindo as medidas anticorrupção aprovadas em referendo em 2018.
As principais são a retirada de imunidade parlamentar para casos graves de corrupção e uma regulamentação mais restrita do financiamento de partidos, evitando doações ilegais de grandes empresas, como a Odebrecht, e facções do crime organizado.
Será a primeira vez em dois séculos que o Peru realiza apenas eleições legislativas, pois sempre coincidiram com a disputa presidencial.
As próximas eleições gerais serão em abril de 2021, sem possibilidade de reeleição de Vizcarra ou dos parlamentares que serão eleitos neste domingo.
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