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Restaurar voos com Brasil ajudará a recuperar economia, diz secretário de Estado dos EUA

Mike Pompeo deve conversar com Ernesto Araújo a respeito, mas evita endurecer tom sobre restrições

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Washington

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse nesta quarta-feira (29) que restaurar os voos comerciais entre Brasil e EUA é um dos elementos para recuperar a economia dos dois países em meio à pandemia do coronavírus.

Em conversa com um grupo de jornalistas, Pompeo afirmou que debateria o assunto ainda nesta quarta com o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores), um dia depois de Donald Trump ter dito que o Brasil enfrenta "um grande surto" por ter seguido "caminho diferente do da maioria da América Latina" no combate à Covid-19.

O presidente americano também voltou a cogitar a restrição de voos do Brasil, como fez no mês passado.

Pompeo, por sua vez, não quis endurecer o tom ao ser questionado sobre possíveis restrições a voos do Brasil e disse que o governo americano trabalha para criar condições que restabeleçam a confiança das viagens para estimular turismo, comércio e negócios.

Mike Pompeo (ao fundo, no centro) fala com a imprensa em Washington - Andrew Harnik/AFP

"Queremos recuperar nossas economias e um dos elementos para isso é restaurar as viagens aéreas comerciais entre nossos dois países. Temos que fazê-lo de uma maneira que seja segura para o Brasil, temos que fazê-lo de uma maneira que seja segura para os Estados Unidos", afirmou o secretário.

Segundo o governo americano, hoje há nove voos semanais do Brasil para os EUA, mas apenas três rotas ainda estão em operação em meio à pandemia —duas com destino à Flórida e uma para o Texas.

"Estamos trabalhando para definir as condições para que possamos não apenas fazer a aeronave voar novamente, mas fazê-lo de maneira que restaure a confiança, para que as pessoas subam nesses aviões, viajem, desfrutem de lugares bonitos no Brasil, e os brasileiros desfrutem de lugares bonitos nos Estados Unidos, negócios e comércio", completou Pompeo.

A economia dos EUA caiu 4,8% no primeiro trimestre, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, o maior tombo desde a Grande Recessão. Com a paralisação nas atividades com as regras de isolamento, a expectativa é de piora no segundo trimestre.

Na terça-feira, Trump afirmou que provavelmente vai impor medidas para obrigar turistas brasileiros a passarem por testes rápidos de detecção de Covid-19 e terem suas temperaturas medidas antes de embarcarem em direção aos EUA, e que poderia fazer isso com outros passageiros vindos da América Latina.

O presidente americano repetiu que estuda medidas de restrição e que uma das opções é banir completamente a entrada de aeronaves comerciais provenientes do Brasil, como já fez com China e Europa, o que poderia afetar a indústria do turismo, especialmente na Flórida.

O governo Trump não restringiu oficialmente a entrada de brasileiros nos EUA, mas desaconselha viagens não essenciais ao país e recomenda uma quarentena de 14 dias para quem chega do Brasil em território americano.

Os EUA atingiram nesta terça a marca de mais de 1 milhão de casos confirmados de Covid-19 e mais de 58 mil mortes, enquanto o Brasil ultrapassou a China em número de vítimas.

Desde o mês passado, o Departamento de Estado americano afirma que tem monitorado a piora da situação no Brasil, que já alcançou mais de 71 mil casos e 5.000 mortes.

Trump, por sua vez, evita fazer críticas à postura de Jair Bolsonaro, que insiste em minimizar a crise, mas já falou em outras ocasiões sobre possíveis restrições dos voos do Brasil para os EUA. N

Porém, nenhuma medida nesse sentido foi implementada até agora.

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