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França decide realizar 2º turno de eleições municipais em 28 de junho

Uso de máscaras será obrigatório no pleito, marcado para março e adiado devido à pandemia

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RFI

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, anunciou na sexta-feira (22) a realização do segundo turno das eleições municipais no país. A votação está prevista para ocorrer em 28 de junho. Esse pleito, que deveria ter acontecido em março, havia sido adiado por causa da pandemia de coronavírus.

"Depois de pesar os prós e contras, acreditamos que a vida democrática também deve recuperar todos os seus direitos", afirmou o premiê em discurso transmitido pela televisão. No entanto, o chefe do governo frisou que a decisão pode ser revista caso a propagação do vírus acelere novamente no país.

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe (esq.) anuncia data do segundo turno das eleições municipais do país junto com o ministro do Interior, Christophe Castaner
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe (esq.), anuncia data do segundo turno das eleições municipais do país junto com o ministro do Interior, Christophe Castaner - Benoit Tessier - 22.mai.20/Reuters

A cautela de Philippe durante a declaração se deve ao fato que a França saiu de seu período de confinamento parcial há menos de duas semanas. O país, um dos mais atingidos pelo vírus na Europa, ainda se recupera da pandemia.

Mesmo com uma queda no balanço de vítimas fatais nos últimos dias, com 83 óbitos registrados na quinta (21), e uma baixa no número de pacientes nas UTIs, a França ainda não venceu a pandemia que deixou mais de 28 mil mortos desde janeiro, quando os primeiros casos de Covid-19 foram registrados.

Máscaras obrigatórias nas zonas eleitorais

O ministro francês do Interior, Christophe Castaner, informou que o ritual democrático será adaptado diante do contexto sanitário. “Vamos ter que nos organizar de uma forma diferente”, disse o ministro, incitando os candidatos a fazerem campanha usando suportes digitais, já que os comícios não serão autorizados. Além disso, no dia do voto, o uso de máscaras será obrigatório nas zonas eleitorais.

O segundo turno das eleições municipais francesas deveria ter sido realizado em 22 de março, mas foi adiado por causa da pandemia. O primeiro turno aconteceu em 15 de março, apenas dois dias antes do confinamento parcial do país.

A decisão de manter o pleito quando a pandemia estava em plena fase ascendente foi muito criticada pela opinião pública, que acusou o governo que colocar os interesses políticos acima da saúde da população.

Desde então, os candidatos que não foram eleitos já no primeiro turno esperavam uma decisão das autoridades. Segundo a Constituição, o prazo para a realização do segundo turno terminaria no fim de junho. Se ultrapassasse essa data, o país teria que realizar novamente os dois turnos da eleição municipal nas cerca de 5.000 cidades que não elegeram seus prefeitos na primeira rodada.

Críticas

Eric Coquerel, deputado da França Insubmissa (esquerda radical), o principal partido de oposição, contestou a decisão do premiê. “Há um risco sanitário, mas também para a democracia, já que o Executivo organiza uma eleição sem o direito à realização de uma campanha de verdade”, declarou o parlamentar nas redes sociais.

A urna eletrônica praticamente não existe na França, e mesmo se o voto não é obrigatório, uma parte da população defende a preservação do ritual da cédula de papel e da entrada na cabine para escolher seu candidato.

O voto por correspondência foi abolido do país em 1975. O uso dos correios chegou a ser cogitado para esse pleito excepcional, mas o governo descartou a possibilidade, alegando “razões de segurança”.

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