Os incêndios devastadores que varreram a Costa Oeste dos Estados Unidos continuam se alastrando nesta quarta-feira (16), enquanto a fumaça das chamas se espalha por todo o país e chega à Europa.
"A escala e a magnitude desses incêndios estão em um nível muito maior do que qualquer um registrado nos 18 anos que fazemos esse monitoramento", disse Mark Parrington, cientista sênior e especialista em incêndios florestais do Serviço Europeu de Monitoramento da Atmosfera Copernicus.
Ele acrescentou que o fogo está emitindo tanta poluição que uma fumaça densa ficou visível a mais de 8.000 quilômetros de distância, no norte da Europa, mostrando o quão devastadoras as chamas foram em magnitude e duração.
A fumaça mais forte dos incêndios, que começaram em meados de agosto na Califórnia, permanece sobre a Costa Oeste dos EUA. Cidades como Los Angeles e San Francisco, assim como Portland, no Oregon, e Seattle, em Washington, registraram algumas das piores qualidades do ar do mundo.
As equipes de emergência agora lutam contra 79 grandes queimadas que assolam várias partes dos Estados Unidos. No nordeste da Califórnia, a previsão é de "possível tempo crítico para incêndio", segundo informação da agência governamental National Interagency Fire Center desta quarta.
A maioria dos incêndios ocorre na Califórnia, onde, segundo a instituição, mais de 17 mil bombeiros combatem 25 grandes incêndios e complexos de incêndio —termo usado para descrever múltiplos incêndios em uma área.
"Sem precipitação significativa à vista, a Califórnia permanece seca e propícia para queimadas florestais", disse a agência estadual de combate a incêndios, Cal Fire, acrescentando que um clima mais quente é esperado neste fim de semana, o que traz um "elevado risco de incêndio".
As chamas em toda a Costa Oeste —algumas causadas por quedas de raios— já consumiram mais de 1,6 milhão de hectares e desalojaram dezenas de milhares de pessoas.
O desastre trouxe a questão do aquecimento global para o primeiro plano na campanha para a eleição presidencial dos Estados Unidos, que será realizada em menos de dois meses.
O impacto econômico dos incêndios deste ano deve ser enorme. Um especialista estima o dano em mais de US$ 20 bilhões (R$ 104,8 bilhões).
As autoridades também afirmam que os incêndios podem piorar a pandemia do coronavírus, pois as pessoas forçadas a desocupar suas casas procuram abrigo em acomodações compartilhadas.
Além disso, a inalação de fumaça e cinzas pode enfraquecer ainda mais os pulmões de pessoas infectadas com o vírus e prejudicar o sistema imunológico.
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