Peru enfrenta 5º dia de protestos contra novo presidente, e 2 são baleados

Polícia peruana atirou e usou gás lacrimogêneo para conter manifestação contra Manuel Merino

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Lima | AFP

Dois homens foram feridos com armas de fogo em Lima durante manifestação na noite de quinta-feira (12) contra o novo presidente peruano, Manuel Merino. Um deles se encontra em estado grave.

Percy Pérez Shapiama, 27, foi baleado no abdômen, teve três perfurações no intestino e passou por operação. Já Luis Aguilar Rodríguez foi baleado no tórax, mas não precisou de cirurgia e permanece estável, segundo o hospital Almenara, no qual foram internados. Não está claro de onde partiram os tiros.

A polícia peruana atirou e usou gás lacrimogêneo para conter a manifestação —convocada por movimentos sociais— em que eles estavam e que seguia rumo ao prédio do Congresso. Um fotógrafo da agência de notícias AFP também foi baleado no braço e na perna.

Os protestos, que começaram na segunda-feira (9), congregaram milhares de pessoas na praça San Martín, no centro de Lima, e no distrito de Miraflores, na zona sul da capital, além de outras cidades peruanas. Ao menos 27 pessoas já foram feridas nas manifestações.

Merino, que era congressista, tomou posse após a destituição do presidente Martín Vizcarra sob a justificativa de “incapacidade moral”. O processo foi motivado por denúncias de que Vizcarra havia recebido propina para autorizar obras públicas quando era governador da região sul de Moquegua, em 2014. O agora ex-presidente nega as acusações.

"Até a OEA [Organização dos Estados Americanos] requisitou a decisão do Tribunal Constitucional" sobre a legalidade da destituição, afirmou Vizcarra, referindo-se a comunicado do secretário-geral, Luis Almagro.

"Estamos preocupados com a situação política no Peru", ressaltou ele, um político que não tem partido nem bancada no Congresso e que já recebeu níveis recordes de popularidade, segundo as pesquisas.

Na sexta-feira (13), Vizcarra foi proibido pela Justiça peruana de deixar o país por 18 meses.

Desde que foi derrubado, defendeu o direito dos peruanos de protestar contra Merino e pediu que os atos sejam pacíficos —houve truculência por parte da polícia desde o início.

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