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Em mensagem de Natal, papa Francisco pede que países compartilhem vacinas

'Face a um desafio que não conhece fronteiras, não podemos erguer muros', disse o pontífice

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Vaticano | Reuters

O papa Francisco pediu, em sua mensagem de Natal nesta sexta (25), que os países compartilhem as vacinas de Covid-19 e afirmou que os muros do nacionalismo não podem ser erguidos para interromper uma pandemia que desconhece fronteiras.

Francisco fez seu tradicional discurso "urbi et orbi" (para a cidade e o mundo) de forma virtual, de dentro do Vaticano, em vez de falar na sacada central da Basílica de São Pedro.

O papa Francisco pronuncia sua mensagem de Natal, no Vaticano - Vatican Media/Reuters

A pandemia e seus efeitos dominaram a mensagem, na qual o papa pediu por unidade global e ajuda para as nações que sofrem com conflitos e crises.

"Neste momento da história, marcado pela crise ecológica e pelas graves desigualdades econômicas e sociais só piorados pela pandemia, é muito mais importante para nós reconhecermos os outros como irmãos e irmãs", disse.

Ao defender que a saúde é uma questão internacional, ele pareceu criticar o chamado "nacionalismo das vacinas". Funcionários da ONU disseram que essa prática pode piorar a pandemia, pois poderá fazer com que países pobres sejam os últimos a receberem o imunizante.

"Possa o Filho de Deus renovar o espírito de cooperação internacional nos líderes de governo, começando com a saúde, de modo que todos tenham acesso garantido a vacinas e tratamento. Face a um desafio que não conhece fronteiras, não podemos erguer muros. Nós todos estamos no mesmo barco", disse o papa.

Os italianos estão sob lockdown nacional durante o feriado de Natal. Com isso, as pessoas não puderam ir até a praça de São Pedro, no Vaticano, acompanhar a mensagem papal.

Na noite de Natal, o papa fez a Missa do Galo para poucos convidados. A celebração foi antecipada em duas horas, para que os fieis pudessem voltar para casa antes do toque de recolher em vigor em Roma, que circunda o Vaticano.

Na missa, o papa lembrou que o Natal é um tempo de ajudar os outros, porque Jesus nasceu pobre.

"Possa o Filho de Belém nos ajudar a ser generosos, solidários e úteis, especialmente com aqueles que estão vulneráveis, os doentes, os desempregados ou que estão enfrentando dificuldades por conta dos efeitos econômicos da pandemia, e as mulheres que sofreram violência doméstica durante estes meses de lockdown", disse o pontífice.

O papa pediu por paz e conciliação na Síria, Iêmen, Líbia, Nagorno-Karabakh, Sudão do Sul, Nigéria, Camarões e Iraque. E pediu por conforto às vítimas de crises humanitárias em catástrofes naturais em Burkina Fasso, Mali, Niger, Filipinas e Vietnã.

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