Descrição de chapéu Eleições EUA 2020 Twitter

Twitter suspende mais de 70 mil perfis ligados à teoria da conspiração QAnon

Plataforma considera perigosos os conteúdos compartilhados pelas contas suspensas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

BAURU (SP)

No contexto das ações tomadas para identificar e punir conteúdos que violam os padrões e normas de uso de sua plataforma, o Twitter anunciou, na noite desta segunda-feira (11), que suspendeu mais de 70 mil perfis ligados à divulgação da teoria da conspiração QAnon nos últimos três dias.

"Essas contas estavam envolvidas no compartilhamento de conteúdos perigosos relacionados ao QAnon em grande escala e eram dedicadas à propagação dessa teoria da conspiração em toda a plataforma", informou o Twitter por meio de um comunicado.

O movimento defende, sem base em qualquer evidência, a alegação de que o presidente dos EUA, Donald Trump, enfrenta secretamente uma seita de pedófilos adoradores de Satanás que controla o mundo.

Entre aqueles que o QAnon acusa de serem predadores sexuais infantis estão membros do Partido Democrata —a legenda do presidente eleito Joe Biden—, figuras de Hollywood e personalidades do que o grupo chama de "Estado profundo", um governo paralelo que regeria o mundo a partir das trevas.

Manifestante com bandeira ligada à teoria da conspiração QAnon durante protesto em Los Angeles, na Califórnia - Kyle Grillot - 22.ago.20/AFP

Segundo o Twitter, a suspensão das dezenas de milhares de perfis fez cair drasticamente o número de seguidores de "algumas pessoas". A plataforma não especificou a quem se referia e acrescentou que algumas contas que foram mantidas mas que costumam compartilhar conteúdos contestáveis estarão sujeitas a limitação nos resultados de pesquisas e não serão recomendadas a outros usuários.

"É importante que esses tipos de conta possam ver diferentes perspectivas na conversa pública aberta que o Twitter oferece de maneira exclusiva", diz o comunicado da empresa.

Uma das cinco pessoas que morreram durante a invasão ao Capitólio na semana passara era uma fervorosa apoiadora de Trump. A veterana da Força Aérea Ashli Babbitt tinha 35 anos e, em suas redes sociais, havia publicações ligadas à teoria QAnon —no início de setembro, Babbitt postou uma foto no Twitter em que vestia uma camiseta com a frase "We are Q" (nós somos Q), em referência ao movimento.

Os atos de invasão e vandalismo, insuflados por Trump e executados por seus apoiadores, foram descritos pelo Twitter como "eventos terríveis" e apresentados como uma das justificativas para as medidas que visam, segundo a empresa, proteger a plataforma "das tentativas de incitar a violência, organizar ataques e compartilhar informações deliberadamente enganosas sobre o resultado da eleição".

Entre as medidas estão o banimento permanente do perfil de Trump, sob o argumento de que a conta oferece "risco de mais incitação à violência".

"Durante as últimas semanas, informações enganosas e falsas em torno da eleição presidencial de 2020 nos EUA foram a base para o incitamento à violência em todo o país. Tomamos medidas em relação a essas reivindicações segundo nossa política de integridade cívica", afirmou o Twitter nesta segunda.

De acordo com a plataforma, depois que os resultados da eleição foram certificados pelo Congresso americano, a política da empresa passou a ser mais agressiva para fiscalizar falsas declarações sobre os contextos da vitória de Biden e o monitoramento seguirá até a posse, em 20 de janeiro.

"Antes da posse, continuaremos monitorando a situação, manteremos as linhas de comunicação abertas com as autoridades policiais e manteremos o público informado sobre ações adicionais de aplicação da lei", diz o comunicado.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.