Descrição de chapéu Governo Biden Coronavírus

Biden cumpre promessa de aplicar 100 milhões de vacinas 41 dias antes do prazo

Campanha acelerada de imunização nos EUA reduziu em 78% a média de novos casos de Covid-19

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BAURU (SP)

O presidente Joe Biden cumpriu nesta sexta-feira (19) —41 dias antes do prazo previsto— a promessa de administrar 100 milhões de doses das vacinas contra o coronavírus nos Estados Unidos, mostram os dados do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças).

Em 14 de janeiro, seis dias antes de assumir a Casa Branca, o democrata havia prometido colocar "100 milhões de doses de vacina contra a Covid nos braços da população americana" até seu centésimo dia no cargo. A campanha de imunização nos EUA, porém, ultrapassou a marca no 59º dia na Presidência.

O último balanço divulgado pelo CDC mostra que, no total, 118,3 milhões de doses foram aplicadas desde que a primeira equipe de profissionais de saúde de Nova York foi vacinada em 14 de dezembro, quando a vacinação começou, ainda no governo de Donald Trump.

O presidente dos EUA, Joe Biden, durante evento com fabricantes de vacina em Washington - Alex Wong/Getty Images - 10.mar.21/AFP

Até agora, 77,2 milhões de pessoas receberam ao menos uma dose do imunizante, e 41,9 milhões estão completamente vacinadas —porque receberam as duas aplicações da vacina da Pfizer ou da Moderna ou a dose única da vacina da Johnson & Johnson. O país ocupa a nona posição entre as nações que administraram mais doses em relação ao tamanho da sua população —são 349,6 a cada mil habitantes. O primeiro do ranking é Israel (1.112,7), e o Brasil é o 60º, com índice de 61,2.

Em média, os EUA têm aplicado 2,46 milhões de vacinas por dia. Nesta sexta, o presidente afirmou que espera manter esse ritmo e dobrar a meta, para cinco milhões de doses aplicadas diariamente.

Quando Biden fez a promessa das 100 milhões de doses, em janeiro, menos de um mês depois do início da campanha de imunização, a média móvel de casos confirmados nos EUA ainda estava próxima do pico de mais de 250 mil infecções diárias. Desde então, a queda foi bastante acentuada, de modo que o índice registrado nesta quinta-feira (18) foi de 54,6 mil novos casos —redução de mais de 78%.

Os EUA ainda ocupam, porém, o primeiro lugar na lista de países com os maiores números de contaminados e mortos pela Covid-19. Desde o início da pandemia, foram mais de 29,7 milhões de casos confirmados e quase 541 mil óbitos, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.

Antes mesmo de cumprir a primeira meta, Biden traçou outros objetivos para a vacinação dos americanos. Em fevereiro, ao fechar acordos para a compra de mais 200 milhões de doses da farmacêutica Moderna, ele disse que o país será capaz de imunizar 300 milhões de pessoas até o final do mês de julho.

Na semana passada, o democrata usou cerca de 20 minutos no horário nobre da TV americana em seu primeiro discurso em rede nacional para prometer zerar a fila dos grupos prioritários e estender a campanha de imunização a todos os adultos a partir de 1º de maio.

Na fala, Biden elencou cinco passos até os EUA chegarem ao que ele chamou de "normal": além do anúncio de abertura da vacinação, novas ferramentas para tornar mais fácil a administração das doses, a reabertura de escolas —com professores vacinados—, a divulgação de mais informações e esclarecimentos sobre o processo e o pedido para que cada americano faça a sua parte, vacinando-se e convencendo familiares e amigos para que façam o mesmo.

"Se todos nós fizermos nossa parte, até 4 de julho há uma boa chance de que as pessoas possam se reunir com a família e os amigos próximos para comemorar o Dia da Independência", afirmou o presidente. "Não significa grandes eventos, mas pequenos grupos, para fazer desse dia algo especial, que marque nossa independência desse vírus. Voltar ao normal depende da união nacional."

O desempenho dos EUA rumo à imunização também têm ganhado contornos diplomáticos. Segundo um anúncio feito nesta quinta pela Casa Branca, o país planeja enviar ao México e ao Canadá, seus vizinhos de fronteira, cerca de 4 milhões de doses da vacina produzida pela AstraZeneca/Oxford.

A decisão vem em um momento em que os EUA vivem o maior fluxo de migrantes em 20 anos em sua fronteira com o México, um problema que tem atrapalhado o cumprimento de outra promessa de Biden, a de oferecer uma abordagem mais humana às políticas de imigração. Só no mês de fevereiro, 100.441 pessoas foram detidas ou expulsas na fronteira com o México, de acordo com dados do Serviço de Alfândega e Proteção das Fronteiras (CBP, na sigla em inglês).

Nesta quinta, o governo mexicano confirmou que vai aceitar o envio das 2,5 milhões de doses —o 1,5 milhão restante vai para os canadenses— e anunciou a aplicação de mais restrições de entrada em sua fronteira com a Guatemala para tentar barrar a disseminação do vírus.

O movimento, porém, também foi visto como um aceno ao governo Biden, já que é pela fronteira mexicana que passam muitos imigrantes que querem entrar de maneira irregular nos EUA. Ainda de acordo com a Casa Branca, o compartilhamento das vacinas com os países vizinhos, que ainda não tem um cronograma definido, não compromete as metas anunciadas por Biden.

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