Descrição de chapéu Governo Biden

Biden vai reabrir programa que permite a permanência de crianças da América Central nos EUA

Presidente restaura iniciativa suspensa durante a gestão de Trump enquanto enfrenta pressão na fronteira com México

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Washington | Reuters

Sob pressão do aumento de crianças detidas na fronteira com o México, o presidente dos EUA, Joe Biden, vai reiniciar o programa que permite a permanência em território americano de crianças que estejam fugindo de situações de violência em Honduras, El Salvador e Guatemala.

A coordenadora de fronteiras na Casa Branca, Roberta Jacobson, disse durante uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (10) que a gestão democrata irá restaurar a iniciativa Menores da América Central (CAM, na sigla em inglês). Essa política esteve em vigor entre 2014 e 2017, quando o ex-presidente Donald Trump encerrou o programa.

O CAM permite que migrantes com até 21 anos que tenham pais vivendo legalmente nos EUA se inscrevam para uma entrevista de reassentamento de refugiados em seus países como uma forma de evitar o perigoso caminho que leva muitos deles ao território americano.

O presidente dos EUA, Joe Biden, durante evento na Casa Branca - Tom Brenner - 10.mar.21/Reuters

O movimento é o mais recente passo de Biden nas políticas de imigração. Durante a campanha presidencial, o democrata prometeu adotar uma abordagem mais humana do que a do governo anterior em relação às políticas de imigração.

De fato, houve avanços nesse sentido, como as assinaturas de uma série de ordens executivas que, entre outras medidas, pretendem reunir as famílias de imigrantes separadas no governo Trump e suspender as obras de ampliação do muro na fronteira com o México.

Alguns membros do Partido Republicano criticaram a decisão desta quarta, alegando que as medidas acabam encorajando migrantes a enfrentar esse caminho para chegar aos EUA. “A crise de Biden na fronteira é real e está ficando pior”, afirmou o deputado republicano pelo Texas Kevin Brady.

Ao mesmo tempo, democratas reclamam que o presidente não está agindo com a rapidez suficiente para liberar crianças sob custódia da patrulha de fronteira.

Autoridades americanas têm pedido que as pessoas não tentem cruzar a fronteira, alertando que serão enviados de volta. Biden manteve a medida de seu antecessor que permite a expulsão rápida devido à pandemia de coronavírus, mas não tem aplicado a norma para menores desacompanhados.

A justificativa do governo Biden para seguir aplicando a determinação de Trump é a de que a medida dá à atual administração tempo para implantar mudanças mais profundas no sistema de imigração dos EUA.

“A fronteira não está aberta”, afirmou Jacobson. A mensagem, porém, não está sendo eficiente. Segundo Troy Miller, que atua como comissário da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, 100.400 migrantes foram encontrados tentando cruzar ilegalmente a fronteira com o México em fevereiro, o maior número para um mês desde meados de 2019.

Entre eles, mais de 19 mil eram famílias, cerca de 9.500, menores desacompanhados, e o restante, adultos. Jacobson culpou coiotes —agentes que recebem dinheiro para conduzir imigrantes através das fronteiras de forma clandestina— pela alta.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que integrantes da equipe da gestão Biden responsável por imigração informaram o presidente sobre a situação na fronteira após uma visita e discutiram como acelerar o processo de crianças migrantes.

Segundo um comunicado de um representante do Departamento de Estado, publicado nesta quarta, a administração democrata está pronta para reiniciar o processamento de inscrições do programa CAM, começando por casos suspensos no governo Trump, para depois abrir para novas aplicações.

O planejamento da pasta é começar a contatar os pais em 15 de março. Até hoje, a iniciativa já reuniu cerca de 5.000 crianças e seus pais.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.