Democratas de NY pedem renúncia de governador por denúncias de assédio

Andrew Cuomo é acusado de investidas indesejadas e comentários inoporutnos a ex-assessoras

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Nova York | Reuters

Dois legisladores democratas do estado de Nova York afirmaram neste domingo (7) que as denúncias de assédio sexual contra o governador Andrew Cuomo feitas por cinco mulheres, minaram sua habilidade de liderança e disseram que ele deveria renunciar.

Pedindo a saída do governador, a líder da maioria no Senado estadual, Andrea Stewart-Cousins, também citou acusações que a maneira de administrar de Cuomo criou um ambiente de trabalho tóxico e que seu gabinete subestimou a taxa de mortes por coronavírus em asilos.

“Todos os dias há algo novo que desvia a atenção do governo”, disse Stewart-Cousins, em comunicado. “Precisamos governar sem distrações diárias. Para o bem do estado, o governador Cuomo deve renunciar.”

Outdoor em Albany, no estado de Nova York, exibe mensagem de pedido de renúncia do governador Andrew Cuomo
Outdoor em Albany, no estado de Nova York, exibe mensagem de pedido de renúncia do governador Andrew Cuomo - Mike Segar - 3.mar.21/Reuters

O presidente da Câmara estadual, Carl Heastie, também emitiu comunicado em que diz compartilhar a visão de Stweart-Cousins "quanto à habilidade do governador em continuar a liderar esse estado”. “Temos muitos desafios para lidar, e acho que é hora de o governador considerar seriamente se pode efetivamente satisfazer as necessidades do povo de Nova York.”

Mais cedo neste domingo, o nova-iorquino mais poderoso no Congresso nacional, o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, classificou como “profundamente perturbadoras” as acusações contra Cuomo e defendeu a investigação iniciada pela secretária de Justiça do estado de Nova York, Letitia James.

Schumer disse acreditar no trabalho de James e que ela vai se certificar que não haja nenhuma interferência externa, política ou qualquer outra. “Assédio sexual nunca é aceitável e nã pode nunca ser tolerado”, afirmou. “As mulheres precisam ser ouvidas, [...] as alegações de cada uma das mulheres têm que ser levadas a sério.”

Contra o governador, pesam denúncias investidas indesejadas e comentários inoportunos. Segundo o New York Times, uma de suas ex-funcionárias o acusa de ter perguntado sobre sua vida sexual e se ela já havia feito sexo com homens mais velhos.

Outra ex-assessora afirma que Cuomo "se esforçou para me tocar no traseiro, nos braços e nas pernas" e deu um beijo inesperado após uma reunião, ainda de acordo com o jornal americano.

Já o Wall Street Journal publicou neste sábado (6) que uma ex-funcionária disse que Cuomo às vezes a cumprimentava com um abraço e beijos nas duas bochechas, a chamava de "querida", beijava sua mão e perguntava se ela tinha um namorado.

Também neste sábado, o Washington Post divulgou que mais uma ex-assessora relatou que o governador a abraçou em um quarto de hotel após um evento de trabalho.

Por sua vez, o democrata reafirmou neste domingo sua promessa de permanecer no cargo e dirigir o estado durante a crise do Covid-19 e rumo à recuperação econômica. “Não vou renunciar por causa das alegações”, disse o governador, segundo a mídia americana. “É condenável divulgar as alegações antes de saber se são confiáveis [...] Deixe a secretária de Justiça fazer o trabalho dela."

Cuomo nega as acusações e prometeu colaborar com a investigação. Ele chegou a fazer um mea-culpa, afirmando que era um costume seu beijar e abraçar pessoas ao cumprimentá-las, pedindo desculpas por qualquer comportamento que tenha feito “as pessoas se sentirem desconfortáveis”.

O escândalo que se aprofunda marca um dos pontos mais baixos do mandato de Cuomo e atirou seu futuro político na incerteza, enquanto o governador enfrenta um exame renovado sobre a decisão de seu governo de ocultar dados sobre mortes em lares de idosos durante a pandemia.

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