Descrição de chapéu Folhajus Rússia

Alemanha prende britânico por suspeita de espionagem para a Rússia

Homem trabalhava na Embaixada do Reino Unido em Berlim e teria vendido documentos para governo russo

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Berlim | Reuters e AFP

A polícia alemã anunciou nesta quarta-feira (11) que prendeu um cidadão britânico que trabalhava na embaixada de seu país em Berlim. A suspeita é que o homem tenha vendido documentos sigilosos ao serviço de inteligência da Rússia.

O preso, identificado apenas como David S., tem 57 anos e foi detido na terça (10) em Potsdam, que fica nos arredores da capital alemã.

"Em ao menos uma ocasião, ele repassou documentos que obteve devido às suas atividades profissionais para um representante do serviço de inteligência russo", afirmou a promotoria na Alemanha. "Ele recebeu dinheiro, em uma quantidade ainda desconhecida, em troca das informações." Segundo o órgão, há "fortes suspeitas" de que o investigado venha trabalhando para os russos desde novembro de 2020.

Embaixada do Reino Unido em Berlim; funcionário do órgão foi preso por suspeita de vender documentos ao serviço de inteligência russo - John Macdougall/AFP

Os promotores alemães disseram que o apartamento e o local de trabalho do britânico foram alvos de buscas e que ele será levado a um juiz ainda nesta quarta.

Segundo o portal alemão Focus, o homem repassou aos russos documentos com informações sobre as ações de contra-terrorismo do Reino Unido.

O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) e o Serviço de Inteligência Externa não responderam aos pedidos de entrevista da agência Reuters. A Embaixada da Rússia na Alemanha se recusou a comentar o caso à agência de notícias russa Interfax.

O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha afirmou nesta quarta que "espionagem de um país aliado em solo alemão é inaceitável" e que acompanhará as investigações de perto.

As relações entre Reino Unido e Rússia estão estremecidas desde que o ex-agente duplo Serguei Skripal foi envenenado com Novitchok em Salisbury, na Inglaterra, em 2018.

O Kremlin sempre negou qualquer participação no caso, mas o episódio desencadeou uma onda de expulsões de diplomatas de Londres e países aliados, respondida por Moscou, uma troca de ações sem precedentes desde o fim da Guerra Fria.

Antes, Alexander Litvinenko, oposicionista do governo russo exilado no Reino Unido, foi morto em novembro de 2006 envenenado com polônio-210, substância radioativa extremamente tóxica. Enquanto agonizava, ele acusou o presidente Vladimir Putin de ser o responsável pelo envenenamento.

Na Alemanha, há uma série de casos de espionagem imputados ao Kremlin. No fim de junho, a justiça alemã anunciou a prisão de um cientista russo suspeito de repassar informações de uma universidade da Alemanha para Moscou. Além disso, o governo alemão já acusou várias vezes os russos de praticarem espionagem digital.

Mas o assunto que mais elevou as tensões entre os dois países foi a tentativa de assassinato do opositor russo Alexei Navalni, em agosto do ano passado, na Sibéria. Navalni foi levado em coma para Berlim, onde recebeu tratamento, e foi diagnosticado com envenenamento por médicos alemães, o que também caiu na conta de Moscou.

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