Descrição de chapéu terrorismo

Avião militar que decolou superlotado do Afeganistão tinha 823 passageiros

Pentágono confirma número de pessoas que fugiam do Talibã; estimativa inicial era de 640

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O avião militar americano que decolou do Afeganistão no domingo (15) superlotado de passageiros que fugiam após a tomada do poder pelo Talibã tinha 823 pessoas, informou o Pentágono nesta sexta (20).

Fotos do interior do C-17 Globemaster III lotado viralizaram. A princípio, calculava-se que 640 passageiros estavam a bordo –número que já ultrapassava a capacidade do avião, de pouco mais de cem pessoas.

Ao todo, 823 pessoas estavam em voo de avião militar americano para o Qatar no domingo (15)
Ao todo, 823 pessoas estavam em voo de avião militar americano para o Qatar no domingo (15) - Defense One - 15.ago.21/Reuters

Segundo informou o Comando de Mobilidade Aérea dos Estados Unidos em uma rede social, a estimativa inicial levou em conta os afegãos sentados no piso da aeronave, mas omitiu as 183 crianças que lá estavam no colo de familiares. Trata-se do recorde de passageiros transportados na aeronave.

O voo de Cabul, que partiu do aeroporto Hamid Karzai pouco depois do retorno do grupo fundamentalista islâmico ao poder, tinha como destino o Qatar, onde pousou após mais de duas horas no ar.

De acordo com relato feito ao site Defense One, a decisão de decolar em vez de tentar expulsar as pessoas, que se amontoavam na aeronave já lotada, foi da tripulação.

O aeroporto da capital afegã segue sendo palco de cenas de desespero de moradores buscando fugir. Na mais chocante delas, ao menos duas pessoas morreram após se agarrarem à fuselagem de um cargueiro dos EUA, caindo logo após ele decolar. Uma investigação aponta que pelo menos um deles foi esmagado pelo fechamento das portas do trem de pouso.

O episódio virou símbolo do desespero de afegãos, que temem a violência e a retirada de direitos promovidas historicamente pelo Talibã, e do fracasso das tropas americanas, que, mesmo após duas décadas no país, não conseguiram barrar a fulminante ofensiva do grupo extremista.

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Cinco dias após o Talibã voltar ao poder, milhares de afegãos ainda buscam formas de deixar o país, mas se deparam com dificuldades para obter vistos ou refúgio –proteção legal para pessoas que deixaram seus países devido a perseguição por raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas.

Nesta quinta (19), o Itamaraty afirmou que avalia, em coordenação com o Ministério da Justiça, a possibilidade de concessão de vistos humanitários para afegãos, o que poderia agilizar a vinda para o Brasil. O governo também busca vaga em voos humanitários para resgatar dois cidadãos brasileiros que estão no Afeganistão e pediram apoio para deixar o país.

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