A embaixada dos Estados Unidos em Cabul, capital do Afeganistão, orientou novamente os cidadãos americanos a evitarem o Aeroporto Internacional Hamid Karzai. O receio é de que o local seja palco de novos ataques do Estado Islâmico em meio aos esforços para retirada de pessoas.
Atentado realizado pelo grupo terrorista nesta quinta-feira (26) deixou mais de 180 mortos no local, que registra cenas de aglomerações de pessoas tentando deixar o país desde que o Talibã retomou o poder.
No comunicado emitido nesta sexta (27), a embaixada diz que ainda há ameaças de segurança e pede que os cidadãos saiam imediatamente dos portões Norte, Leste e Abbey.
Mesmo após o ataque do EI, multidões continuam tentando acessar o aeroporto, e, segundo o Pentágono, 5.400 pessoas permanecem no local esperando vagas em voos humanitários.
Instrução semelhante fora dada pela embaixada há dois dias, quando o governo americano já previa possíveis ataques do ramo afegão do Estado Islâmico, o EI-Khorasan, inimigo comum dos EUA e do Talibã.
Estimativas locais apontam que 170 afegãos e 13 militares americanos foram mortos no atentado de quinta. Outras 200 pessoas estão feridas. O EI-K, ao assumir a autoria do atentado, afirmou que o homem-bomba mirou afegãos que trabalharam para os EUA de alguma maneira.
Antes do alerta, mais cedo nesta sexta a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, já havia dito que outro ataque terrorista em Cabul é provável. "A ameaça está em curso. Nossas tropas ainda estão em perigo."
Num início de aliança que parecia improvável até então, o governo americano diz esperar a colaboração do Talibã para a retirada de cidadãos com segurança. "A realidade é que o Talibã controla grandes áreas no Afeganistão, incluindo algumas ao redor do perímetro do aeroporto [de Cabul]", disse Psaki.
Após o ataque, cerca de 4.200 pessoas foram retiradas de Cabul em 12 voos dos EUA e de outros países, de acordo com a Casa Branca. O presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu vingança contra os autores do atentado e já começou a compartilhar informações de inteligência com o até agora rival Talibã para evitar novos ataques, o que o governo teme que aconteça já nesta sexta.
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