Folha lança página com reportagens sobre países de língua portuguesa

Especial Onde se Fala Português tem o Público e a Mensagem de Lisboa, de Portugal, como parceiros

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São Paulo

Vai ficando cada vez mais distante o tempo em que o universo lusófono abrigava países separados pela mesma língua.

O bem-sucedido acordo ortográfico ajudou a diminuir as distâncias entre os falantes da língua portuguesa, ação também impulsionada por fatores como a difusão cultural cada vez maior entre os países que compõem essa comunidade, uma migração significativa —como a de brasileiros para Portugal— e o renovado interesse pelo idioma.

É dentro desse espírito que nasce, nesta quinta-feira (30), a página Onde se Fala Português, uma iniciativa da Folha em parceria com o Público, um dos principais jornais de Portugal, fundado em 1990, e a Mensagem de Lisboa, recém-criado jornal digital com cobertura voltada para a capital lusitana.

Língua românica, originada do latim, o português está entre os idiomas mais falados do planeta, utilizado por um contingente aproximado de 260 milhões a 280 milhões de pessoas em nove países e em mais alguns territórios da América, da Europa, da África e da Ásia.

Na página digital do projeto, o leitor encontrará reportagens sobre as nações que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa —Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

A concepção do projeto teve início em 2018, lembra Antonio Manuel Teixeira Mendes, superintendente do Grupo Folha. Naquela época, o Datafolha fez uma pesquisa sobre a percepção dos brasileiros que desejavam deixar o país, e Portugal apareceu em segundo lugar como possível destino, com 8% das menções, atrás dos EUA, com 14%.

“Não era mais uma relação de imigração, mas de troca, sobretudo entre os brasileiros de classe média que começaram a se mudar para lá", diz. "Eles descobriram, então, uma nova relação de proximidade, além da proporcionada pela língua, uma sensação de pertencimento. Foi uma espécie de epifania."

Com o aumento do interesse de brasileiros por Portugal, tanto relacionado à formação educacional e a investimentos quanto à gastronomia e ao turismo, a Folha, explica Mendes, pretende oferecer instrumentos para potencializar essa aproximação.

"Não só em relação a Portugal mas também a outros países de língua portuguesa na África e na Ásia, com o intuito de fortalecer ainda mais esse vínculo. O novo canal da Folha é um espaço para realçar essa redescoberta, esse pertencimento."

O projeto interessa não apenas aos leitores nacionais. O que acontece no Brasil e nos Palop (sigla para Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, que o leitor verá cada vez mais) é de grande interesse dos leitores portugueses, diz Manuel Carvalho, diretor do Público. "Já estamos unidos pela mesma língua e pelos mesmos valores em favor da democracia e do Estado de Direito. O jornalismo de referência que partilhamos só pode servir para cimentar essa relação entre as duas margens do Atlântico."

A Folha e o Público firmaram uma parceria em julho de 2020 e, meses depois, em fevereiro, passaram a republicar reportagens.

Pouco menos de um ano depois, outra parceria de troca de conteúdos foi consolidada, desta vez com a Mensagem de Lisboa. O jornal local foi idealizado no café A Brasileira, no bairro de Chiado, que tem a influência do país não só no nome: foi fundado pelo português Adriano Telles, casado com a filha de um produtor de café de Minas Gerais.

“Boa parte do mundo que é Lisboa é brasileira”, diz a diretora da Mensagem, Catarina Carvalho. “Sendo a Mensagem um jornal da cidade, comunitário, próximo das pessoas, temos muitas ligações com a comunidade brasileira que aqui vive. É muito importante e uma enorme honra para um projeto tão jovem como a Mensagem este encontro com a Folha."

As reportagens do novo projeto vão abordar temas como cultura, turismo e gastronomia e terão o objetivo de apresentar aos leitores aspectos que unem as nações lusófonas, assim como suas peculiaridades.

A ideia é que o projeto Onde se Fala Português ajude a preservar essa riqueza e a aumentar a compreensão mútua entre os povos lusófonos —não apenas a linguística, ora pois.

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