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EUA voltam a emitir vistos para brasileiros e abrem novas vagas para 2021

País vai exigir comprovante de vacinação e teste de Covid para autorizar entrada

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Brasília

Os Estados Unidos vão retomar a emissão de vistos para brasileiros, anunciou nesta terça-feira (26) a embaixada americana em Brasília.

Haverá abertura de novas vagas para agendamento de entrevistas ainda neste ano, mas a fila de espera deve aumentar muito, segundo informou Antonio Agnone, chefe da seção consular. As entrevistas serão retomadas a partir de 8 de novembro.

Consulado dos Estados Unidos na zona sul de São Paulo - Joel Silva - 1.ago.2014/Folhapress

"Estamos fazendo todo o possível para aumentar a disponibilidade, mas a fila pode aumentar e, quando abrirmos novas vagas, diminuir. É importante que a pessoa volte sempre para o sistema de agendamento", afirmou.

A emissão de novos vistos esteve praticamente interrompida desde maio de 2020, devido à pandemia de Covid-19. Com o avanço da doença em território brasileiro, os americanos estabeleceram restrições para viajantes provenientes do país —entre elas a proibição de entrada para quem tivesse passado pelo Brasil nas duas semanas anteriores ao ingresso nos EUA.

Para entrar nos EUA durante a pandemia, os brasileiros que tinham visto válido precisavam cumprir um período de 14 dias num terceiro país que não fosse alvo das restrições americanas, como o México.

Até esta segunda (25), de acordo com as autoridades americanas, não era possível realizar agendamento de entrevista do visto para 2021 por falta de vagas. Os cidadãos brasileiros podiam escolher datas em 2022 ou mesmo em anos subsequentes, mas não havia garantia de que as marcações seriam respeitadas.

De acordo com Agnone e Tobias Bradfort, porta-voz da missão diplomática, a expectativa agora é dar vazão a essas solicitações represadas. Nenhum dos dois, no entanto, estimou o tamanho da fila.

"Começando no dia 8 de novembro, o processo de pedir de visto ou renovação vai ser regularizado, como ocorria antes da pandemia. Sabemos que a fila para pedir um visto pode ser muito prolongada, por isso é muito importante para todo mundo entender que, se você está pensando em viajar, é melhor pedir o visto agora. É melhor ter o visto na mão para não correr risco de perder dinheiro na passagem", disse Agnone.

Na data citada por ele começam a valer também as novas regras para entrada nos EUA. De acordo com a Casa Branca, estrangeiros terão de estar completamente vacinados contra a Covid-19, mas a regra não se aplica a menores de 18 anos —passageiros de 2 a 17 anos precisarão apresentar um teste negativo para a presença do vírus.

Para os demais, no momento do embarque, será necessário mostrar à companhia aérea o certificado de vacinação (que, para brasileiros, pode ser emitido no aplicativo Conecte SUS), bem como um teste negativo feito três dias antes da viagem.

As vacinas autorizadas para uso nos EUA, bem como as que receberam aval da OMS (Organização Mundial da Saúde), atenderão aos critérios para viagens ao país. Isso inclui a Coronavac, além das outras aplicadas no Brasil.

Segundo o órgão, será permitida também a entrada de pessoas que receberam doses de diferentes imunizantes. No Brasil, há casos de quem tenha se vacinado com a AstraZeneca na primeira dose e com a Pfizer na segunda, devido a episódios de falta do imunizante produzido pela Fiocruz. Outros tomaram duas doses da Coronavac e receberam a de reforço da Pfizer.

Estão isentas da exigência de vacinação apenas pessoas que por motivos médicos não possam receber os imunizantes ou cidadãos de 50 países nos quais as taxas de vacinação são hoje menores que 10%, em razão do baixo acesso aos fármacos.

Os viajantes também deverão fornecer às companhias aéreas informações de contato básicas e válidas antes de embarcar em voos para o país.

O setor aéreo americano foi fortemente impactado pela pandemia. O movimento de passageiros caiu 60,1% entre 2019 e 2020, chegando ao mais baixo patamar desde 1984, segundo as estatísticas do Departamento de Transporte.

O impacto maior foi sentido nos voos de fora do país. Enquanto o mercado doméstico viu uma queda de 58,7%, o internacional caiu 70,4%. O grupo que representa as nove maiores companhias aéreas dos EUA disse em fevereiro deste ano que as perdas em 2020 estavam avaliadas em US$ 46 bilhões.

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