Sem tripulação por causa da variante ômicron, empresas cancelam mais 2.800 voos

Nos Estados Unidos, Antony Fauci defende obrigatoriedade de vacinação para viajantes aéreos

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São Paulo | AFP e Reuters

Ao menos 2.800 voos foram cancelados no mundo nesta segunda-feira (27) em meio ao avanço da variante ômicron do coronavírus, de acordo com o site Flight Aware, que compila dados sobre aviação.

As suspensões, que podem se estender pela última semana do ano, afetaram cerca de 8.300 voos durante o fim de semana de Natal, quando tripulações de companhias aéreas tiveram que passar por quarentena por causa da variante.

Pessoas aguardam em fila de checkin de aeroporto nos estados unidos; à direita, mulher empurra carrinho que tem duas crianças em cima
Fila de esperara no check-in em aeroporto em Washington, nos EUA - Lindsey Wasson/Reuters

Nesta segunda, Anthony Fauci, principal assessor dos EUA para assuntos relacionados à pandemia, recomendou que o governo considerasse a possibilidade de tornar a vacinação uma exigência para viagens aéreas domésticas. Segundo o jornal The New York Times, cerca de 1.000 voos foram cancelados nos EUA nesta segunda.

"Essa é uma exigência que considero razoável considerar", disse Fauci, membro da equipe de resposta à Covid-19 da Casa Branca, à rede de TV MSNBC. O especialista acrescentou que tornar a vacinação obrigatória nesse contexto também pode incentivar mais pessoas a se imunizarem.

Os EUA registraram uma média de mais de 190 mil novos casos diários nos últimos sete dias, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. As autoridades de Nova York alertaram para o aumento das hospitalizações de crianças com menos de cinco anos, que ainda não atingiram a idade de vacinação, e que representaram metade das internações na cidade entre 5 e 19 de dezembro.

Em conversa com a imprensa, o presidente Joe Biden não respondeu se a obrigação será adotada para viagens aéreas domésticas.

No início de dezembro, o democrata já havia anunciado novas medidas de combate ao coronavírus no país, incluindo mudanças nos protocolos de entrada de viajantes internacionais, que agora têm de apresentar um teste de Covid-19 com resultado negativo realizado até um dia antes do embarque.

Enquanto alguns casos de cancelamento foram causados pelo mau tempo —como uma nevasca em Seattle— e por problemas de manutenção nos EUA, muitas companhias aéreas afirmaram que a atual onda de casos de coronavírus contribuiu significativamente para o quadro.

Empresas como Lufthansa, Delta, United, Alaska Airlines, JetBlue e British Airways cancelaram viagens porque a pandemia causou uma escassez de pilotos e outros integrantes da tripulação dos aviões, que tiveram de ficar em isolamento.

Os preços das ações de United, Delta, American e Southwest, as quatro maiores operadoras dos EUA, tiveram uma pequena queda nesta segunda.

Nesta segunda, o país anunciou a redução pela metade do período de isolamento, afirmando que pessoas que estavam infectadas e assintomáticas poderiam retornar ao convívio em cinco dias —o protocolo anterior era de dez dias. ​

A variante ômicron, que agora é responsável por mais de 70% dos novos casos de coronavírus nos EUA, também causou problemas em cruzeiros. De acordo com o jornal The Washington Post, essa foi a razão pela qual navios tiveram a entrada negada nos portos do Caribe.

Em um comunicado, a Carnival Cruises confirmou que "isolou um pequeno número de pessoas a bordo após um teste positivo de Covid-19".

O CDC, principal agência de saúde pública dos Estados Unidos, afirma que mais de 60 cruzeiros estão sendo investigados pelas autoridades após a detecção de casos de Covid-19 a bordo.

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