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Venezuela nega estender vistos para observadores europeus que acompanharam eleições

Relatório inicial do grupo apontou que candidatos opositores foram 'injustamente prejudicados'

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Caracas | Reuters

A Venezuela negou prorrogar o visto de observadores eleitorais da União Europeia que fizeram parte da equipe que fiscalizou o pleito regional de novembro, obrigando-os a sair do país neste fim de semana, afirmou uma fonte ligada ao assunto à agência de notícias Reuters.

Os observadores chegaram em outubro para as eleições que aconteceram em 21 de novembro, e a ideia de membros da delegação era permanecer no país até 13 de dezembro. Segundo a fonte, que não quis ser identificada por não estar autorizada a falar oficialmente, não houve prorrogação da permanência, e então eles devem partir neste final de semana. Ela não especificou os motivos para não prorrogar os vistos.

Isabel Santos, chefe da missão europeia de observadores das eleições regionais da Venezuela - Yuri Cortez/AFP

A votação havia sido elogiada pela presença da oposição e de observadores internacionais. Em novembro, porém, o ditador Nicolás Maduro chegou a chamar esses observadores de "espiões", depois que o relatório preliminar do grupo apontou que as condições de disputa foram melhores do que em eleições anteriores, mas que alguns candidatos foram injustamente prejudicados. Para Maduro, a conclusão dos observadores é um esforço para manchar um processo eleitoral pacífico e democrático.

O Ministério da Comunicação e da Informação da Venezuela não respondeu aos pedidos de comentário da reportagem, bem como a autoridade eleitoral e o Ministério das Relações Exteriores.

A porta-voz oficial da missão europeia é a chefe do grupo, Isabel Santos, que deixou a Venezuela no final de novembro. A missão se recusou a comentar a negativa de extensão dos vistos e afirmou apenas que a confirmação dos candidatos vencedores foi realizada e que seus membros deixarão Caracas até 5 de dezembro. O grupo diz que retornará ao país no início de 2022 para apresentar o relatório final.

As eleições foram uma grande vitória para o partido socialista no poder, que conseguiu eleger 19 governadores, enquanto os políticos da oposição ganharam em três estados.

A única disputa a ser decidida é o governo do estado de Barinas, reduto do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), de Maduro. O Supremo Tribunal de Justiça ordenou nesta semana uma nova votação e suspendeu o candidato da oposição, Freddy Superlano, do novo pleito. Ele aparecia na apuração em disputa acirrada contra Argenis Chávez, irmão de Hugo Chávez, que comandou o país de 1999 a 2013.

O tribunal apontou a inelegibilidade de Superlano por "averiguações administrativas e penais", já que é alvo de acusações de corrupção. Uma nova eleição foi marcada para 9 de janeiro. O estado é governado por parentes de Chávez desde 1998, com a eleição do pai dele, Hugo de los Reyes Chávez. Ele ocupou o poder até 2008 e foi sucedido por Adán, irmão do ex-presidente e hoje embaixador da Venezuela em Cuba.

Argenis, que disputou o pleito com Superlano, é o chefe do Executivo regional desde 2017. Nesta terça ele renunciou ao cargo e disse que não buscaria a reeleição em janeiro.

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