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EUA vão 'responder de forma decisiva' a eventual invasão russa na Ucrânia, diz Biden

Dias após falar com Vladimir Putin, presidente americano conversou com ucraniano neste domingo

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Washington | Reuters e AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o país "vai responder de forma decisiva" a uma eventual ação militar de invasão da Rússia na Ucrânia. A declaração foi dada em uma conversa por telefone com Volodimir Zelenski, cujo teor foi divulgado em comunicado da Casa Branca.

Em um tuíte, o presidente ucraniano também comentou a ligação, ressaltando ter sido a primeira conversa internacional de 2022, "provando a relação especial das relações [entre os dois países]". Segundo ele, o apoio inabalável americano e os esforços conjuntos com aliados visam "prevenir a escalada [de ações] e manter a paz na Europa".

O presidente dos EUA, Joe Biden, deixa serviço religioso em igreja de Wilmington, Delaware, no primeiro dia do ano - Jonathan Ernst - 1º.jan.22/Reuters

O governo americano informou ainda que a conversa tratou de encontros diplomáticos, que devem ser promovidos em breve, para discutir a crise.

Ao comentar a conversa entre os dois presidentes, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que Biden expressou seu apoio a esses esforços, incluindo diálogos previstos entre representantes russos e americanos, que devem ocorrer entre os dias 9 e 10 de janeiro em Genebra, na Suíça.

O democrata disse que alertou o presidente Vladimir Putin para o fato de ser importante que o país tome medidas para aliviar a crise antes dessa reunião.

Em meio ao aumento das tensões em torno da Ucrânia, Biden havia conversado com o presidente da Rússia por videochamada na última quinta (30). Na ocasião, os dois alertaram para um possível rompimento na relação entre os países em decorrência da escalada de ânimos no leste europeu.

EUA e Rússia passam por um dos momentos de maior tensão da história recente, depois que Kiev e Washington acusaram Moscou de planejar um ataque contra a Ucrânia ao mobilizar dezenas de milhares de soldados. O governo de Zelenski diz que há cerca de 100 mil militares russos em regiões a cerca de 300 km das fronteiras ucranianas.

A Rússia anexou em 2014 a península da Crimeia, em resposta a uma revolução pró-Ocidente, que derrubou um presidente alinhado ao Kremlin. O país também é acusado de apoiar separatistas que lutam contra o governo de Kiev no leste ucraniano.

Na videochamada de quinta-feira, Biden voltou a fazer ameaças de sanções econômicas em caso de ataque, o que Putin chamou de "erro colossal".

Em dezembro, o líder russo havia afirmado ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que a Otan está fazendo ameaças ao expandir atividades militares na Ucrânia. Segundo ele, as movimentações de tropas de seu lado da fronteira, vistas pelo Ocidente como prenúncio de uma invasão do vizinho, são uma reação "a uma ameaça direta à segurança da Rússia".

Autoridades do Kremlin afirmam que querem garantias de que qualquer expansão futura da aliança militar ocidental exclua a Ucrânia e outros ex-países soviéticos.

Putin por óbvio nega intenções de invadir o vizinho e aponta para o fornecimento de armamento ocidental para os ucranianos, além dos constantes exercícios militares da Otan com forças de Kiev.

A Ucrânia e os parceiros do país na Otan soaram há meses o alarme sobre a movimentação de tropas russas. Os EUA disseram, no final do ano passado, que Putin estaria pronto para invadir o país do leste europeu quando quisesse.

Tal operação poderia se dar em janeiro ou fevereiro, segundo um relato feito no fim de novembro pela inteligência americana e vazado à agência Bloomberg.

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