Festa na pandemia e outras ressacas que ameaçam Boris Johnson

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A ressaca de ​Boris Johnson

As festas
Foram ao menos duas, em 2020:

  • Em maio, quando vigoravam restrições para conter a Covid, entre 20 e 40 pessoas se encontraram em Downing Street, residência do premiê, com queijos e vinhos no cardápio;
  • No Natal, quando celebrações presenciais ainda estavam proibidas em razão de restrições sanitárias, outra festa teria sido realizada no local.

Vídeo, foto e 'traga a sua bebida'
O caso da festa de maio de 2020 veio à tona em dezembro passado, quando jornais veicularam a foto de Boris no evento. Já nesta semana, houve a divulgação do conteúdo do convite, que dizia "traga a sua bebida". Também em dezembro viralizou o vídeo de uma conselheira rindo sobre a festa de Natal.

O premiê britânico Boris Johnson aparece em evento social no jardim da residência oficial durante lockdown
O premiê britânico Boris Johnson aparece em evento social no jardim da residência oficial durante lockdown - The Guardian

O que disse Boris
Primeiro, negou qualquer quebra das regras impostas, mesmo depois do vídeo de sua assessora —ela renunciou em dezembro passado. Nesta semana, porém, Boris admitiu ao Parlamento o evento de maio de 2020 e pediu "desculpas sinceras".

Afirmou ainda que pensava que o encontro era uma reunião de trabalho, permaneceu no local por 25 minutos para agradecer aos funcionários e voltou ao gabinete.

As reações
A fala de Boris provocou vaias e risadas no Parlamento, em especial de legisladores da oposição —que não o pouparam de pedidos de renúncia. "A festa acabou, primeiro-ministro", disse Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista. "Após meses escondendo a verdade, [vimos] o espetáculo patético de um homem sem rumo."

O correligionário do premiê Christopher Chope descreveu a declaração de Boris como "o mais abjeto pedido de desculpas que já ouviu". As frases ajudam a ilustrar o quão aguda é a crise de imagem enfrentada pelo britânico.

Fim de Boris?
A ressaca dos queijos e vinhos de maio de 2020 se soma a outros desgastes. A fritura envolve desde a perda de prestígio e capital político do Partido Conservador até pesquisas de opinião que apontam o apoio de mais da metade dos entrevistados a sua saída do cargo.

O premiê pode ser deposto, mas o processo é burocrático e demanda articulação além dos bastidores. Ao menos 15% da bancada do Partido Conservador (55 de 361) teria que escrever a um comitê que, com esse quórum, convocaria o "voto de confiança". Nessa consulta, a maioria simples —são 650 assentos na Casa— derrubaria Boris.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, durante caminhada em Downing Street, em Londres. - Henry Nicholls - 12.jan.22/Reuters

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