Descrição de chapéu África

Ciclone em Madagascar deixa ao menos 92 mortos e rastro de destruição

Ventos do Batsirai chegaram a cerca de 200 km/h ao atingir a ilha na noite de sábado (5)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Antananarivo (Madagascar) | AFP

O rastro de destruição do ciclone Batsirai em Madagascar deixou ao menos 92 mortos, segundo cifras oficiais atualizadas pelo Escritório Nacional de Gestão de Riscos e Desastres nesta quarta-feira (9). O número pode aumentar, conforme áreas isoladas sejam acessadas pelo governo e pelos esforços de ajuda humanitária.

A tempestade veio do oceano Índico e atingiu inicialmente uma faixa costeira pouco habitada e majoritariamente agrícola de Madagascar, com ventos de cerca de 200 km/h. Depois, atravessou grande parte do país insular até retomar a rota em direção ao mar.

Mulher carrega criança diante de casas destruídas pelo ciclone Batsirai, na cidade de Mananjary, na costa leste de Madagascar
Mulher carrega criança diante de casas destruídas pelo ciclone Batsirai, na cidade de Mananjary, na costa leste de Madagascar - Alkis Konstantinidis - 8.fev.22/Reuters

"É uma catástrofe", disse o deputado distrital Brunelle Razafintsiandrofa por telefone à AFP. "A maioria das vítimas morreu no desabamento de suas casas."

Segundo as autoridades responsáveis pela gestão de desastres, mais de 94 mil pessoas foram afetadas e cerca de 60 mil foram deslocadas. A ajuda humanitária de ONGs e agências da ONU (Organização das Nações Unidas) já está sendo mobilizada.

Casas, centros médicos e escolas foram destruídos pelo ciclone, que também arrasou estradas e deixou ao menos 17 pontes intransitáveis. A capital Antananarivo e o porto de Tamatave, o principal do país, no nordeste da ilha, não foram atingidos.

A França anunciou que enviaria 60 bombeiros para ajudar na criação de uma unidade de purificação da água, além de 75 toneladas de suprimentos para "ajuda urgente".

Madagascar foi uma colônia francesa desde o fim do século 19, e se tornou uma república independente em 1960. Hoje, segundo a ONU, o país ocupa a 164ª posição entre as 189 nações que compõem o ranking de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Além das mortes e destruição de infraestrutura, o ciclone afetou as plantações no centro do país. "As colheitas de arroz foram perdidas. É a principal cultura do povo malgaxe e sua segurança alimentar será gravemente afetada nos próximos três a seis meses se não agirmos rapidamente", disse Pasqualina DiSirio, diretora do Programa Mundial de Alimentos (PAM) em Madagascar.

Na cidade de Mananjary, o epicentro da destruição a cerca de 350 km ao sul da capital, o presidente Andry Rajoelina prometeu na segunda-feira que tudo o que foi destruído seria restaurado. As cidades atingidas seguem sob escombros.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.