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Cresce visão negativa dos americanos sobre a China, diz pesquisa

Noventa por cento dos entrevistados dizem que parceria do país asiático com a Rússia é um problema para os EUA

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Washington | Reuters

O número de americanos com opinião negativa sobre a China atingiu um novo patamar, com mais de 90% dos adultos dizendo que a parceria do país asiático com a Rússia é um problema para os Estados Unidos, revelou uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Pew Research Center.

Dois terços dos 3.581 entrevistados pelo levantamento, realizado em março, descreveram a China como uma grande ameaça –aumento de cinco pontos percentuais desde 2020 e 23 pontos desde que a pergunta foi feita pela primeira vez, em 2013, informou o instituto sediado nos EUA.

Manifestantes protestam contra aumento de episódios de ódio contra asiáticos-americanos, na Times Saquare, em Nova York
Manifestantes protestam contra aumento de episódios de ódio contra asiáticos-americanos, na Times Saquare, em Nova York - Timothy A. Clary/AFP

O número de americanos que têm visões desfavoráveis sobre a China aumentou seis pontos em relação a 2021, para 82%, uma nova alta. "Os americanos estão profundamente preocupados com a parceria entre a China e a Rússia", afirma o relatório do Pew, após 62% dos entrevistados terem dito considerar esse elo um problema muito sério para os EUA —somados a outros 30% que o citam como ao menos um pouco sério, são 92% com algum nível de preocupação.

A sondagem também mostrou que um número crescente de americanos (43%) vê a China como a maior economia do mundo, um aumento de 11 pontos percentuais desde 2020, chegando ao mesmo patamar daqueles que veem os EUA como líder.

Os republicanos tendem a ter uma visão mais negativa da China do que os democratas e são mais propensos a apoiar medidas econômicas duras contra Pequim, mostra o estudo.

As opiniões desfavoráveis em relação à China nos EUA e em muitas outras economias avançadas cresceram nos últimos anos, com os governos ocidentais se queixando de que o país cada vez mais poderoso usa coerção econômica e militar para exercer sua vontade em todo o mundo.

China e Rússia também desenvolveram laços mais estreitos, incluindo o anúncio da parceria "sem limites" em fevereiro, poucas semanas antes da invasão da Ucrânia por Moscou, que Pequim ainda não condenou.

As relações EUA-China se deterioraram acentuadamente nos últimos anos, e o presidente americano, Joe Biden, prometeu que Pequim não substituirá o país sob seu comando como líder global do mundo.

Washington afirma que Pequim enfrentará sérias consequências se der apoio material ao esforço de guerra da Rússia na Ucrânia, mas por ora ressalva que ainda não viu evidências disso. A China culpou os políticos, a mídia e os think tanks dos EUA por moldarem uma percepção negativa do país entre os americanos.

"Após ataques sem escrúpulos e sem vergonha de alguns políticos dos EUA à China, alguns meios de comunicação americanos espalharam rumores, e alguns think tanks do país difamaram a China", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.

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