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Relatório da China sobre avião que caiu com 132 a bordo deixa perguntas sem resposta

Documento diz que caixas-pretas continuam danificadas e indica que pilotos não responderam a controladores de voo

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BAURU (SP)

A China anunciou nesta quarta-feira (20) que concluiu a versão preliminar do relatório sobre a queda do avião que caiu há um mês, em Wuzhou, matando todas as 132 pessoas a bordo.

O documento, porém, não esclarece as circunstâncias do incidente, que intriga especialistas devido à posição quase vertical na qual a aeronave despencou e à alta velocidade com que perdeu altitude.

Socorristas e investigadores prestam tributo a vítimas de queda de avião em Wuzhou, na China - CNS - 27.mar.22/AFP

Segundo a Administração de Aviação Civil da China (CAAC, na sigla em inglês), as duas caixas-pretas continuam danificadas, mas seguem sendo analisadas por especialistas em busca de respostas para a queda. Dados dos dois dispositivos foram enviados a Washington, nos EUA, informou a agência.

O relatório também indica que os pilotos não responderam aos contatos dos controladores de voo assim que a primeira alteração no trajeto foi identificada. De acordo com a CAAC, a última chamada regular entre os controladores e a aeronave ocorreu às 14h16. Menos de cinco minutos depois, o avião começou a perder altitude. O controle de tráfego aéreo tentou estabelecer contato, mas já não teve resposta.

O avião era um Boeing 737-800 com seis anos de fabricação. Registros climáticos apontam que havia nebulosidade no trajeto percorrido, mas não a ponto de prejudicar a visibilidade.

O site de monitoramento do espaço aéreo FlightRadar24 indica que o voo partiu de Kunming às 13h11 no horário local (2h11 em Brasília) de 21 de março. Deveria pousar em Guangzhou cerca de duas horas depois, mas a comunicação com a aeronave se perdeu às 14h22 (3h22).

Pouco antes, o avião estava localizado a 29,1 mil pés (8.900 metros). Dois minutos e 15 segundos depois, a altitude caiu bruscamente a 9.075 pés (2.700 metros); mais 20 segundos e o último registro apontava altitude de 3.225 pés (cerca de 983 metros) e velocidade de 376 nós (aproximadamente 700 km/h).

​Vídeo publicado nas redes sociais mostra o que seria o Boeing em queda acelerada em um ângulo de inclinação quase vertical. A autenticidade das imagens não foi confirmada de maneira oficial.

O modelo 737-800 tem bom histórico e é o antecessor do modelo 737 MAX, que está parado na China há mais de três anos após acidentes na Indonésia e na Etiópia. O histórico de segurança do setor aéreo chinês está entre os melhores do mundo na última década, mas especialistas apontam falta de transparência da aviação chinesa, de modo que incidentes menores podem estar sendo subnotificados.

Com AFP e Reuters

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