Descrição de chapéu América Latina

Senador entra a cavalo no Congresso da Colômbia após prédio virar pet friendly

Direitista diz ter protestado contra projetos que limitam uso de animais em atividades profissionais; colegas criticam

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Bogotá | AFP

O senador direitista da Colômbia Alirio Barrera entrou a cavalo no Congresso do país nesta terça-feira (27), dias depois de o presidente da Casa determinar que o prédio passaria a ser pet friendly —ou seja, que os parlamentares poderiam levar suas mascotes para o local.

As imagens do senador cruzando a praça Bolívar e subindo os degraus da entrada do Legislativo com o animal foram amplamente compartilhadas nas redes sociais e repercutidas pela imprensa colombiana. Muitos colegas do senador, porém, criticaram sua iniciativa.

Barrera estava vestido de chapéu e poncho e deu entrevistas antes de entrar no Congresso, dizendo que não tinha certeza se o deixariam entrar —o que acabou acontecendo, mas pela entrada dos fundos.

"O senhor presidente do Senado disse que poderíamos trazer nossas mascotes. Uns têm gatos, cachorros. Eu tenho meu cavalinho", disse à rádio RCN.

No último dia 20, o governista Roy Barreras, que chefia a Casa, fez o anúncio tendo um cachorro preto no colo —o animal, segundo a imprensa colombiana, foi batizado de Covid, por ter sido adotado durante a pandemia.

Filiado ao partido Centro Democrático, o mesmo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), Barrera é da oposição ao atual chefe do Executivo, Gustavo Petro. Ele foi governador do departamento de Casanare, no qual as atividades rurais têm forte peso econômico, e chegou a se lançar pré-candidato à Presidência.

Nesta terça, o próprio parlamentar chegou a compartilhar uma série de imagens da empreitada nas redes sociais —em uma delas, ele aparece limpando fezes do animal, com uma vassoura e uma pá, do chão da praça em frente ao prédio do Legislativo.

A decisão de ir a cavalo ao Congresso foi, segundo ele, uma maneira de protestar contra cerca de 20 projetos de lei debatidos na Casa que restringem ou vetam o uso de animais em diferentes atividades profissionais. "Seria injusto, porque esse é o meio de transporte de muitas famílias, em muitas regiões", disse. "São mais de 15 milhões de trabalhadores do campo na Colômbia."

O cavalo, acrescentou Barrera, chama-se Passaporte e é usado por ele em sua fazenda. "Não ia desperdiçar a oportunidade de mostrá-lo aos colegas." Segundo a agência AFP, o senador já defendeu na tribuna atividades como touradas e rinhas de galo.

Parlamentares ligados à causa da defesa dos direitos dos animais criticaram a exibição do direitista. "Ele quis ridicularizar uma medida em favor dos animais usando e estressando um deles", escreveu no Twitter a senadora governista Esmeralda Hernández. Seu colega Juan Carlos Lozada definiu a atitude de "pantomima vergonhosa".

Desde 1989, a lei colombiana garante a proteção de animais silvestres e domésticos contra dor e sofrimento causados por seres humanos, prevendo exceções para atividades consideradas como tradições culturais, a exemplo de rodeios.

As novas regras do Congresso autorizam a entrada de mascotes, desde que, "por seu comportamento ou agressividade, não afetem a ordem e a tranquilidade nas instalações".

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.